are we really friends?

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Elouise González Vasseur
Race Week da China.

Após o fim do Grande Prêmio do Japão, optei por passar alguns dias em Tóquio, aproveitando a companhia exclusiva do meu pai. Esse tempo juntos, especialmente à medida que nos aproximamos do aniversário de falecimento da minha mãe, reforçou o quanto valorizo esses momentos de conexão familiar profunda; meu pai, sem dúvida, tem sido um pilar nesse sentido.

Agora viemos para a China, e sinceramente, a culinária chinesa e eu não nos damos muito bem... Desde minha chegada em Xangai, tenho enfrentado certas dificuldades alimentares, com praticamente nada me apetecendo.

Contudo, as obrigações do meu pai como chefe de equipe o chamaram de volta ao trabalho, deixando-me a sós em Xangai desde o começo da semana. A cidade começou a se agitar com a chegada dos pilotos e suas equipes, preparando-se para o próximo grande prêmio. Adaptar-se a novos países e culturas é um desafio variável; alguns se ajustam rapidamente, enquanto outros, como eu, encontram mais dificuldades, especialmente com o fuso horário e a comida.

Ultimamente, a lembrança de uma conversa inconclusiva com Carlos tem me atormentado. A curiosidade sobre o que ele estava prestes a revelar antes de se retrair é uma sombra que me acompanha. Embora tente me desvincular desses pensamentos, algo em mim impede. Desde aquela noite, não tive mais notícias dele, e talvez seja melhor assim.

Lewis, por outro lado, tem sido compreensivo, sugerindo que eu precise de tempo para organizar meus sentimentos. Ele acha que meus sentimentos por Carlos podem ser mais profundos do que admito. Confesso que há algo em Carlos, apesar das nossas evidentes diferenças, que me cativa; ele parece ser muito mais do que deixa transparecer.

— Sentindo fome? — Liv me pergunta, interrompendo meus devaneios.

— Sim, mas estou saturada de comida chinesa. — Admito.

— Charles mencionou que o Sainz descobriu um McDonald's aqui por perto. Que tal? — Liv propõe.

— Perfeito! — Respondo entusiasmada.

Nos dirigimos ao lobby, encontrando Carlos e Charles nos esperando. Após um cumprimento caloroso, Carlos se oferece para chamar o carro, enquanto o resto de nós aguarda.

— Isso está parecendo um encontro duplo. — Charles sussurra para mim e Liv, aproveitando a breve ausência de Carlos.

— Se a ideia de romance do Carlos for um encontro no McDonald's, então prefiro manter mais distância ainda. — Respondo, arrancando risadas de Liv.

— Então, se fosse um jantar elegante, consideraria um encontro? — Charles provoca.

— Claro que não. — Respondo prontamente.

— Ah, mas parece que você já está cedendo aos encantos do Carlinhos, Lou. — Liv brinca.

— Sou completamente imune ao charme de qualquer galanteador barato. Aliás, onde está a namorada dele? — Pergunto, lançando uma pergunta que deixa o casal sem resposta.

A pergunta pende no ar como uma nota discordante, mas Liv e Charles trocam olhares, sugerindo que talvez haja mais na história do que eu sei. Decido não pressionar; afinal, o que importa no momento é a busca coletiva em de algo que me agrade o paladar.

A caminhada até o carro é tranquila, e a brisa da noite em Xangai traz um certo frescor que alivia a tensão do momento. Carlos retorna com o carro, e todos nós entramos, prontos para nossa pequena aventura noturna em busca do McDonald's.

Durante o trajeto, a conversa flui mais leve, girando em torno das expectativas para o Grande Prêmio da China e outros temas menos carregados. Observo Carlos pelo retrovisor, tentando decifrar seus pensamentos, mas sua expressão é uma máscara de tranquilidade.

Maybe it' love || Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora