under the moon of Trancoso

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Elouise González Vasseur.
📍Trancoso, Bahia, Brazil.

Talvez eu tenha escolhido essa roupa para provocá-lo, ou talvez eu só quisesse me sentir desejável por uma noite. De qualquer forma, funcionou melhor do que esperava... A expressão de Carlos quando me viu sair do banheiro do quarto foi impagável. Ele parecia completamente hipnotizado.

— Podemos ir? — Pergunto, quebrando o silêncio.

Carlos ainda me olhava fixamente, como se estivesse perdido em outro mundo.

— Carlos? — Chamo, tentando trazê-lo de volta à realidade.

— Ah... Sim, vamos. — Ele responde, sacudindo a cabeça como se quisesse afastar algum pensamento intrusivo. — Você está linda.

— Obrigada, Sainz. Bom saber que ainda existe cavalheirismo entre os espanhóis. — Digo, enquanto saímos do quarto.

— Suas experiências com os espanhóis em Barcelona não foram boas? — Carlos pergunta, enquanto descemos as escadas.

— Definitivamente não. — Respondo, mantendo a conversa leve.

— Talvez seja porque você ainda não tinha me conhecido. — Ele sugere, com um ar de convicção.

Dou um sorriso discreto, escolhendo não responder diretamente.

Ao chegarmos à praia, a festa já estava em pleno andamento. Todos estavam se divertindo, cantando e dançando ao redor da fogueira. Charles, visivelmente mais alterado que o normal, era sustentado por Liv para evitar uma queda embaraçosa.

Os irmãos de Charles distribuíam bebidas, enchendo os copos de todos, enquanto os irmãos de Olívia competiam entre si para ver quem conseguia beber tequila mais rápido.

Era um verdadeiro caos festivo, um contraste perfeito com a calma do mar ao fundo.

A música pulsava ao nosso redor, e as risadas e conversas eram praticamente inaudíveis diante do som da festa na praia. Eu não conseguia parar de me mover ao ritmo das batidas, e a energia contagiante do grupo me fazia esquecer de todas as complicações da minha vida.

— Vamos dançar! — eu gritei, puxando Carlos para o centro onde todos se moviam livremente. Apesar da hesitação inicial, logo ele se deixou levar pelo ritmo, e sua risada se juntou à minha enquanto dançávamos.

— Acho que nunca te vi tão animada. — Carlos diz.

— Estamos de férias, Carlos. Nós merecemos curtir, nos divertir e aproveitar. — Respondo.

— Queria que fosse assim sempre. — Ele diz.

— As coisas não são complicadas, somos nós que complicamos. — Respondo. — Mas agora, chega de falar, vamos beber!

Puxo Carlos até uma mesa onde havia vários copos de tequila.

— Quem aguentar mais, vence? — Sugiro.

Carlos aceita o desafio com um brilho travesso nos olhos.

— Prepare-se para perder, Elouise.

Nós nos juntamos ao grupo animado ao redor da mesa, cada um segurando um copo de tequila à espera do sinal para começar. Liv dá o sinal, e todos viramos os copos num movimento sincronizado.

— Isso é fácil! — Carlos exclama, já pegando outro copo.

— Não subestime uma mulher espanhola quando se trata de festa. — Rebato, acompanhando seu ritmo enquanto os risos e aplausos nos cercam.

Conforme a noite avança, o número de copos vazios na mesa cresce, e a música parece ficar cada vez mais alta. Entre danças e risadas, sinto uma liberdade que há muito não experimentava. Observando Carlos se soltar na dança, percebo o quanto ele também precisava desse momento de descompromisso e alegria.

Maybe it' love || Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora