13 - Jantar

660 101 33
                                    

Maraisa:

– Você está linda, Maraisa! 

Depois da nossa visita ao hospital, Marília me deixou em um hotel para que fizesse o check-in e me preparasse para o jantar. 

– Obrigada. 

Era a segunda vez que ela me elogiava depois de me buscar. Mesmo que ela gostasse de tirar uma com a minha cara com papinhos sexuais – e, algumas vezes, ela estava falando sério –, senti que o elogio era sincero naquela noite. 

– Você também não está nada mal para uma mulher de trinta anos. 

– Vai com calma. Só faz oito horas que tenho trinta anos. 

A garçonete veio nos atender. 

– Posso lhes oferecer algo para beber? O drinque especial de hoje é a margarita de coco. Leva creme de coco fresco, limão, Cointreau e tequila Patrón. A borda da taça vem salpicada com coco queimado levemente salgado. [autora aqui: eu quero 🤤]

– Humm. Parece ótimo. Vou querer um – eu disse. 

Marília pediu uma Coca-Cola. 

– O quê? É o seu aniversário. Seu último aniversário. Peça um drinque para brindarmos! 

– Eu vou dirigir. E meu voo é às seis da manhã. 

Virei para a garçonete: 

– Dá para fazer a margarita de coco sem álcool? 

– Dá, claro. 

– Então traga uma para ela. E coloque aquele guarda-chuvinha. Ela está fazendo trinta anos. 

Ela sorriu e olhou para Marília para ver se ela concordava com a troca no pedido. Ela riu. 

– Pode ser o que ela disse. Obrigada. 

Depois que a garçonete saiu, olhei ao redor – estávamos em um restaurante mexicano no terraço de um prédio. A vista das luzes de Los Angeles era de tirar o fôlego. 

– Este lugar é lindo. Você vem sempre aqui? 

– Primeira vez. 

– Jura? Imaginava que este lugar estaria entre os seus destinos preferidos para encontros. Um restaurante descolado com uma vista dessas e uma longa carta de drinques, além de ficar no topo de um hotel. É como o combo bad girl. Uns drinques... depois um quarto... 

– Prefiro deixar um colchão na caçamba da minha picape. É mais barato e fica mais prático para deixá-las em casa depois. 

Eu ri. 

– Espertinha. 

– Eu não sou galinha. 

A garçonete trouxe os drinques e provei o meu. Era o drinque mais delicioso que já tinha provado – como se fosse sorvete de coco queimado derretido. 

– É mesmo? Então com quantas mulheres você saiu, digamos, no último mês? 

– Três. 

– Humpf. Um número bom, eu acho. –Beberiquei o drinque e estreitei os olhos, como se fosse analisá-la: – A menos que você tenha dormido com as três, porque daí seriam três mulheres diferentes por mês, portanto trinta e seis no ano... Depois de dez anos de solteirice, você teria acumulado trezentas e sessenta mulheres. O que é meio nojento. 

Marília fez uma careta. 

Eu ri. 

– Ah, então você dormiu com todas elas. 

Amigas com benefícios - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora