Amigas com benefícios - Malila | Gp

16 - Familia Pereira

Maraisa:

Levou menos de dois minutos depois da oração para que começassem a inquisição. Marília não fazia ideia do que era se sentar à mesa com as mulheres da família Pereira e uma adolescente impertinente. 

– Então, Marília, como você e minha irmã se conheceram? 

– No casamento da Maiara e do Hugo. 

Minha mãe resolveu contar detalhes: 

– Ela pegou a liga, a Isa pegou o buquê. Não é romântico? 

A sala inteira fez "aaahhh". 

Minha mãe acrescentou: 

– A Marília é arquiteta. Ela constrói prédios comerciais. 

Ao que parecia, minha mãe e Marília tinham passado um bom tempo ao telefone. Logicamente, minha mãe deve ter pensado que ela estava pronta para lhe dar netos na semana seguinte. Ela convidaria um assassino para jantar, se fosse para eu me casar de novo e engravidar. Mal sabia ela que Marília Mendonça só queria tirar proveito da filhinha dela. 

– Que romântico! 

Minha irmã Bárbara tinha acabado de bater os cílios e suspirar? 

Izzy olhou para mim. 

– Você tá saindo com essa mulher? 

– Não. 

– Porque você tem um encontro com aquele idiota do Marcus nesta semana. 

Obrigada por guardar segredos, garota. 

– Hmm, sim. Mas, como eu disse, não estou saindo com a Marília. Somos apenas amigas. 

Marília sorriu para Izzy e piscou. 

– Amigas que às vezes se beijam. 

Arregalei os olhos. Izzy pareceu achar divertido. Coloquei o guardanapo sobre a mesa e me levantei. 

– Marília, será que posso trocar uma palavrinha com você na cozinha? 

Ela olhou para a minha mãe antes de se levantar. 

– Com licença, Almira. 

Antes de sair da sala de jantar, ouvi Izzy dizendo: 

– Ela deve estar querendo beijá-la de novo. – E todos caíram na gargalhada. 

Minhas mãos se apoiaram nos meus quadris assim que Marília fechou a porta da cozinha. 

– O que pensa que está fazendo? 

Ela se fez de inocente. 

– Jantando. Conhecendo sua família. 

– Você acabou de contar que nós nos beijamos, às vezes! 

Ela se apoiou na ilha da cozinha e cruzou os braços. 

– É verdade. 

– Pra início de conversa, você não devia contar isso. A Izzy não tem nem dezessete anos. Depois, isso não é da conta da minha família. E, pra completar, foram só dois beijos e no primeiro eu estava bêbada, então nem conta. 

– Foram cinco vezes e estou contando a vez em que você estava bêbada. Aliás, daquela vez, foi você quem me beijou. 

– Cinco? Não foram cinco vezes. E duvido muito que eu tenha começado o beijo. Você está inventando isso porque sabe que não lembro direito.