Maraisa:
– Nossa, esse cheiro é uma delícia!
Estávamos na segunda parada da lista da Lari – uma floricultura chamada Ousadias Floridas, onde fomos buscar dezoito centros de mesa de lilases. A atendente foi encaixotá-los enquanto eu passeava pela loja cheirando vários arranjos e plantas.
– O que é isso? – Marília perguntou.
– É uma ervilha-de-cheiro. – Fiz uma concha com as mãos para pegar a delicada florzinha roxa. – Cheire. – Ela se inclinou para cheirar.
– O cheiro é bom mesmo.
– Não é? Essas florezinhas me lembram da minha vó. Quando eu tinha uns dez anos, a minha mãe nos levou para a Itália para visitá-la. A nonna tinha ervilhas-de-cheiro por todo canto do quintal dela. Tinha uma cerca ao redor da pequena casa e essas flores cresciam nela de um jeito que mal dava para enxergar a cerca branca por trás dos arbustos.
Molho de tomate aos domingos e a fragrância das ervilhas-de-cheiro: esses sempre serão os aromas da minha nonna Valentina. Ela morreu quando eu era adolescente. A minha mãe manteve a tradição do molho aos domingos, mas lá em Howard Beach, o bairro onde ela mora em Nova York, é frio demais para plantar ervilhas-de-cheiro.
– Você vem de uma grande família italiana?
– Quatro irmãs. Nós nos reunimos todo domingo para jantar na casa da minha mãe. Duas das minhas irmãs têm filhas, cada uma tem duas. Não tem muita testosterona na família.
A florista voltou dos fundos.
– Já vamos acabar de empacotar. Eu ligo para você quando for para estacionar nos fundos da loja. Nós colocamos no carro para vocês.
– Ok, tá ótimo – Marília concordou e apontou para a ervilha-de-cheiro. – Vamos levar esta flor também.
– Espero que não seja para mim. Não vou conseguir levá-la no avião.
– Não, é para a minha casa. Não tenho nenhuma flor. – Ela piscou e se aproximou de mim para que a florista não ouvisse. – Além disso, imagino que você queira sentir esse cheiro quando acordar.
Eu tinha de dar algum crédito a ela: a mulher continuava com a mesma atitude. Mesmo depois de quase um ano.
Marília ajudou a colocar as caixas com os centros de mesa e a sua nova flor na caçamba da picape e a cobriu.
– Qual é o próximo item da lista? – perguntei ao afivelar o cinto.
– Minha casa.
– Sua casa? Nem vem. Temos que revolver mais coisas.
– Mas isso é uma coisa a ser resolvida. A Lari pediu para eu construir um poço dos desejos para o chá. Eu o pintei hoje de manhã. Precisava secar antes de colocar na caçamba.
Marília leu minha expressão facial, que estava dizendo "me engana que eu gosto".
– É sério! – ela insistiu.
– Então essa não é uma tentativa de me levar para a sua cama?
– Não. Mas, agora que você vai ficar impressionada com a minha casa, não me responsabilizo pelas suas atitudes caso queira tirar vantagem de mim.
– Você viaja.
– Talvez eu esteja viajando, ervilhinha... mas você não viu a minha casa ainda.
•••
A casa da Marília era incrível. E nada a ver com o que eu imaginava.
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Amigas com benefícios - Malila | Gp
Fiksi Penggemar- É só sexo, sem amor... Amigas com benefícios. - Oito semanas de sexo maravilhoso sem compromisso? O que eu teria a perder? Gp Créditos: Uvanachuva