Maraisa:
Fazia menos de um ano e meio que eu estava legalmente solteira. Não tinha nenhuma intenção de me casar de novo, então, quando chegou o famoso momento de pegar o buquê da noiva, fiquei sentada no meu lugar. Mas é claro que Maiara não me permitiria isso.
Ela tirou o microfone da mão do DJ e exigiu que eu e algumas outras mulheres que estavam fugindo do ritual, fôssemos imediatamente à pista de dança. Em vez de fazer cena, eu me conformei e fui, embora tenha ficado ao lado da pista, bem longe, sozinha. Não queria buquê nenhum.
O DJ incentivou o público a fazer a contagem regressiva enquanto Maiara se colocava bem no meio da pista, de costas para as moças solteiras e animadas.
– Três, dois, um!
O buquê não voou por cima da cabeça da noiva. Em vez disso, ela se virou de frente e o jogou bem na minha direção. Por instinto, peguei o ramalhete de flores.
Grrrr! Quis matar a Maiara.
Especialmente quando olhei ao redor e vi Marília me encarando com um sorrisão estampado no rosto ao mesmo tempo que estalava os dedos como se estivesse prestes a entrar em uma luta.
Dez minutos depois, eu estava ao lado de Maiara vendo a pista se encher com os "padrinhos" e homens solteiros e ansiosos para pegar a liga* que o marido tinha acabado de arrancar da perna dela. Estava segurando um drinque forte de vodca com cranberry, para o caso de eu precisar de coragem líquida.
– Se a Marília pegar essa bendita liga, mato você.
– Aqueles que protestam mais alto são os que têm mais a esconder.
– Aqueles que causam demais irritam os outros – rebati.
– Ela é uma garota muito legal. Consigo imaginar gente bem pior colocando a mão por baixo do seu vestido.
– Se ela é tão legal assim, por que mesmo não foi o meu par no casamento?
Maiara suspirou.
– Ela é inteligente, segura de si e sedutora.
– E...
– E já faz quatro anos que a conheço e, toda vez que a vejo, ela está com uma mulher linda diferente. Pensei que, depois do Wendell, talvez você quisesse outro tipo de pessoa.
Virei metade do drinque ao ouvir o nome do meu ex-marido.
– Por que me sinto atraída por idiotas?
– Porque eles são atraentes. É em parte por isso que são idiotas. A Marília não é nenhum traste. Não mesmo. E deve ser ótima na cama. Você deu uma olhada naquele volume? No seu lugar, para uma noite sem compromisso, eu optaria por ela em vez do Danilo.
É claro que Maiara já havia me contado sobre a intersexualidade de Marília.
Ela virou o rosto para mim e disse:
– A Marília é para fazer sexo sem amor. Desde que você se lembre disso, aposto que ela vai fazer você subir pelas paredes.
Uma gritaria repentina desviou nossa atenção para o que estava acontecendo na pista. Tínhamos perdido o Hugo jogando a liga, mas não tinha como perder aquele sorriso metido da mulher que estava girando a liga com o dedo e olhando na minha direção.
– Não vai me dizer que vocês vão seguir aquela tradição da Costa Leste de fazer quem pegou a liga a colocar na perna da mulher que pegou o buquê...
Maiara riu.
– Não, nem pensar!
Os drinques logo fizeram efeito. Depois daquela primeira vodca com cranberry que tomei durante a conversa com Maiara, peguei outra e virei rapidinho. O que significa que eu estava tontinha quando o DJ colocou uma cadeira no meio da pista de dança e anunciou meu nome. Hugo e Maiara também se aproximaram sob o olhar de todos os convidados.
– Por que não se senta, Isa? – disse o DJ, batendo no assento. – A nossa linda noiva convidou a dama que pegou a liga para escolher uma música. Vou tocar um trechinho para ver se você aprova. Afinal, é ao som dessa música que ela entrará debaixo do seu vestido.
O DJ apertou um botão no iPad dele e uma música fez tremer o ambiente – era "You Shook Me All Night Long", do AC/DC.
Depois de dez segundos, apertou outro botão e a música parou. Falou de novo ao microfone:
– Então, o que acha? Nossa amiga aqui, escolheu a música certa para esta noite?
Balancei a cabeça negativamente enquanto os convidados riam e os olhos de Marília brilhavam.
– Tá certo. Então talvez seja melhor você escolher a música. Você deve ter algo mais apropriado em mente.
Pensei por um momento, depois acenei para que o DJ se abaixasse e eu pudesse falar no ouvido dele. Ele sorriu e apertou mais botões no iPad antes de falar para Marília:
– Estou começando a sentir uma tensão aqui. Talvez vocês estejam se comunicando pelas músicas?
Marília olhou para mim e eu dei de ombros. O DJ colocou a música que escolhi. Foi "Ridin' Solo", do Jason Derulo, um verdadeiro hino à solteirice.
Começou a ressoar no salão e Marília caiu na gargalhada. Depois que todo mundo riu, o DJ disse à multidão que talvez fosse melhor ele mesmo escolher uma trilha sonora.
Então Marília se apoiou no chão sobre um joelho só, ao som de "Single Ladies", da Beyoncé. Claro que ela sabia fazer um espetáculo como ninguém.
Girou a liga no dedo indicador enquanto distribuía supersorrisos para a plateia. Em seguida, levantou o meu pé lentamente, beijou-o de leve e deslizou a liga até a minha panturrilha.
– Ah, será que temos uma dama hoje? – o DJ perguntou com o microfone aos convivas. – Será que vai subir?
O brilho malvado nos olhos da Marília me dizia que ela não pretendia ser uma dama. Pelos próximos minutos, ao som de "Sobe! Sobe!" entoado em coro pela ala masculina da plateia de convidados, Marília deslizou a liga mais alguns centímetros para cima. E ela não estava só deslizando a liga. Os dedos dela acariciavam lentamente a parte de dentro da minha perna conforme ia empurrando o tecido. Quando chegou à metade da coxa, ela apertou a perna para chamar a minha atenção e os nossos olhos se encontraram.
Depois, as mãos dela continuaram subindo. Odiei não ter colocado um limite. Odiei que as minhas mãos tivessem ficado quietinhas, uma de cada lado do meu corpo e a minha voz – em geral mandona – tivesse parecido amordaçada.
Mas a reação do meu corpo era impossível de esconder. Meus mamilos ficaram duros como pedra, minha respiração acelerou, minha pele toda se arrepiou. Fiquei com muito mais tesão do que deveria. E não foi só a mão dela que fez isso – foi o jeito de me olhar. Eu sabia que ela estava tão excitada quanto eu e isso é o que me deixou louca.
Os dedos de Marília subiram num ritmo lento e sensual, chegando ao topo da parte de dentro da minha coxa. Senti o calor da sua mão irradiando entre as minhas pernas.
Embora uma multidão estivesse nos observando, graças ao meu vestido longo, ninguém conseguiria ver até onde ela tinha ido. E, apesar de toda aquela cena erótica ter se passado em câmera lenta para mim, a Beyoncé nem chegou a acabar de cantar para as single ladies.
Marília deslizou de volta a mão até o meu joelho e o apertou ao se inclinar para me dizer:
– Não vá me dizer que fui a única a sentir isso.
O DJ pediu uma salva de palmas e Marília me deu um beijo no rosto e ficou em pé, estendendo a mão para ajudar a me levantar.
Eu ainda estava atordoada.
Maiara pareceu preocupada.
– Você está bem?
Limpei a garganta.
– Preciso de um drinque.
– Que tal se formos nós quatro beber um drinque no bar? – sugeriu o marido da Maiara.
Um drinque levou a dois, dois levaram a três, e três levaram a...
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Nos Estados Unidos, frequentemente as noivas usam uma liga por baixo do vestido para trazer sorte e felicidade ao casamento. É tradição jogar a liga da noiva para os homens solteiros. Ou no caso intersexuais kkkk
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Amigas com benefícios - Malila | Gp
Fiksi Penggemar- É só sexo, sem amor... Amigas com benefícios. - Oito semanas de sexo maravilhoso sem compromisso? O que eu teria a perder? Gp Créditos: Uvanachuva