Epílogo

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Maraisa:

DOIS ANOS E MEIO DEPOIS

Escapei enquanto Marília ainda dormia e dei um pulo na casa da Maiara para pegar o presente que tinha comprado para ela.

Ela estava em pé na cozinha quando tentei entrar pelos fundos da casa. Mas, como estava ouvindo música, não me ouviu entrar e pude dar uma espiadela nela pelas costas.

Os quatro anos que passaram desde que havíamos nos conhecido, no casamento dos nossos amigos, não tinham diminuído em nada o desejo que eu sentia por essa mulher.

Borboletinhas voavam na boca do meu estômago ao vê-la de calça de moletom e top, movimentando-se ao ritmo da música enquanto fazia café.

Sexo sem amor. Foi assim que tudo começou.

Sorri ao lembrar o mau humor dela quando declarei, um mês antes, o período de amor sem sexo por trinta dias até o casamento.

Marília gritou sem se virar e pulei de susto, porque não tinha percebido que ela sabia que eu a estava observando. Mas ela sempre sabia, não é? Era como se tivesse um sexto sentido.

Andou até mim com duas canecas e me passou uma delas ao me estalar um beijo na boca.

– Aonde você foi tão cedo?

Dei um sorriso engraçadinho.

– Fui pegar uma coisa.

Ela me puxou pela cintura.

– Lingerie para mais tarde? Espero que não tenha sido muito cara, porque pretendo rasgá-la assim que o padre disser que você é oficialmente minha mulher.

Entrelacei os braços ao redor do pescoço dela.

– Em primeiro lugar, não é lingerie nenhuma. Não vou usar nada por baixo do meu lindo vestido branco. Você não é a única que não quer perder tempo arrancando mais uma camada de roupa. Em segundo lugar, temos que jantar com os nossos familiares e amigos antes de arrancar qualquer coisa. E, em terceiro... – eu a beijei de leve – ... já sou sua mulher desde que você me mostrou a casa da sua mãe e conquistou todas as mulheres da minha família.

Vi a doçura no rosto dela.

– Mal posso esperar para oficializar isso, Carla Maraisa Henrique Pereira.

– Eu também. Mas me deixe ir buscar o seu presente. A Izzy chega daqui a uma hora, depois o cabeleireiro e o maquiador e depois a Maiara.

Eu havia deixado o presente no carro, então tive que sair dos braços da minha futura esposa e da casa. Ao colocar a mão na maçaneta, parei e virei.

– Ah, e a Izzy vai trazer uma pessoa. Então seja legal, tá?

– Uma pessoa? Tomara que o nome seja Mary, Martha ou Sally.

Balancei a cabeça.

– O nome dele é Gaige. E ela parece gostar muito dele. Então não o assuste como você fez com o outro.

Nós nem conseguíamos falar sobre o que ela tinha dito ao cara que pegou beijando a Izzy, no dia de visita dos pais da universidade, sem brigar de novo. Ao que parece, Marília era mais hiperprotetora do que o próprio pai da Izzy.

Felizmente, Wendell e eu tínhamos firmado um acordo de guarda compartilhada da Izzy enquanto ela terminava os dois últimos anos do ensino médio em Nova York.

Quando ela se formou e decidiu ir para a Universidade da Califórnia, em Los Angeles, o momento era perfeito para eu me mudar também para lá. Ali, eu tinha tudo que poderia desejar: minha melhor amiga, minha filha, minha linda casa, um ótimo trabalho novo e a mulher dos meus sonhos.

Amigas com benefícios - Malila | GpOnde histórias criam vida. Descubra agora