Capítulo 2

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Amber point of view

Já era de manhã e eu estava deitada na minha cama, olhando para o teto, pensando no que havia acontecido ontem, foi algo realmente inesperado. Minhas dúvidas foram afastadas de minha mente quando ouvi três batidas na porta. Me levantei da cama, ainda me arrastando, e abri a porta, um homem um pouco mais alto que eu, de cabelos ondulados e olhos castanhos apareceu em minha visão.

-Amber!! Que bom te conhecer, a minha irmã me contou que você é a nova segurança dela, e eu estou aqui pra te levar pra casa dela!! - disse ele, me dando um abraço, ele parecia estar bem animado e feliz. -A propósito, meu nome é Dylan.

-Você é o irmão da Emily? - perguntei confusa.

-Eu mesmo, agora vai se trocar, eu vou ficar aqui esperando, mas não demora muito que eu não quero ficar aqui plantado o dia inteiro.

Ainda surpresa, me virei e voltei pro meu quarto, coloquei uma roupa mais quente pois estava frio, nada muito extravagante, só uma calça alfaiataria marrom escuro, uma blusa de manga e gola alta preta, um sobretudo de mesma cor da calça e, é claro, uma bota de cano baixo preta. Obviamente penteei meu cabelo e outras coisas óbvias, eu ia tomar uma xícara de café, porém, Dylan falou que eu ia demorar demais, e que eu poderia tomar café da manhã na casa deles.

-Vamos logo, tenho um vôo daqui a 30 minutos, então, agora de manhã quero te fazer algumas perguntas. - disse Dylan apertando o botão do elevador. -Ah, o nome do motorista é Vincent.

Entramos no elevador e um silêncio extremamente constrangedor reino lá, descendo do 9° andar até o térreo, a porta se abriu lentamente. Saímos, dei bom dia para o porteiro e entramos naquele carro, confesso que não sabia se aquilo era um carro ou uma máquina. Nunca imaginei que entraria em uma Bugatti Chiron, e preta ainda por cima. A casa não aparentava ser tão longe, então, resolvi quebrar o silêncio.

-Ei, Dylan, só uma pergunta, como você sabia qual apartamento era o meu?

-O porteiro me contou, ele me conhecia então não foi nenhum problema para mim entrar.

Assenti a cabeça devagar e voltei a olhar o caminho. Quando chegamos, fiquei abismada com tamanha mansão, nem de casa poderia ser chamado aquele castelo. Tinha uma arquitetura com um estilo meio "Old Money", porém com tons mais escuros, a casa era meio afastada das outras, portanto, não havia vizinhos por perto. Os portões principais da casa se abriram, Vincent foi até uma garagem e estacionou o carro, o mesmo abriu a porta do carro para nós. Entramos na casa pela porta da garagem e fomos até a sala, Dylan se sentou no sofá e deu dois tapinhas leves no sofá, indicando para mim sentar também.

-Vamos começar, só fala baixo porque a Emily ainda tá dormindo. - Dylan apontou para a porta do quarto dela, que era no andar de cima, mas era visível da sala.

-Mas já são 10:00.

-Hoje é a folga dela, dá um desconto.

Suspirei, eu sou a segurança dela e ela ainda quer me deixar esperando.

-Tá, certo, então pode começar o seu questionário.

Dylan pegou o papel da mesa de centro e limpou a garganta para começar.

-Então, Amber Clarke, tem 23 anos e faz aulas de boxe.

-Como você sabe disso?

-Fui atrás das suas redes sociais ontem a noite. Agora, vamos começar, já se envolveu romanticamente com alguém? 

-Sim, um homem e uma mulher, o homem parece que foi enviado por um lixeiro, meu cupido falhou nele, e a mulher foi sequestrada, mas eu não gosto de homem.

-Aí, você é lésbica, arrasou. Tem uma boa relação com a sua família?

-Eu tinha uma boa relação com a minha mãe, antes de ela falecer quando eu tinha 12 anos. Meu pai trabalha o dia inteiro, e sempre volta pra me ver 1 vez no mês, e sempre acha um motivo pra brigar comigo, mas eu não ligo pra isso, pelo menos não mais.

-Profundo, faz aulas de boxe quais dias na semana, pode fazer aqui se quiser?

-Eu agradeço, quarta e sexta, toda semana.

-Só trazer seu treinador ou treinadora aqui, a academia fica no subterrâneo.

-Espera, tem subterrâneo?! - fiquei chocada, rico é rico né.

-Sim, ideia da Emily.

Por algum motivo, eu imaginei. Eu tenho muitas perguntas sobre minha nova patroa, mas eu acho que teria que perguntar diretamente a ela, não que ela fosse me responder, mas não custa tentar. Quando Dylan abriu a boca para fazer outra pergunta, ouvimos uma porta abrindo, Emily saiu do quarto esfregando um de seus olhos, por conta da claridade.

-Bom dia, flor do dia. - disse Dylan.

-Bom dia, Dylan... - Emily bocejou e abriu totalmente os olhos. -Ah, você já está aí.

-Eu fui buscá-la, agora eu tô fazendo umas perguntas pra ela, pra conhecê-la melhor, depois você faz também.

-Vou pensar, já arrumou sua mala? - Emily foi descendo as escadas, ela estava com um roupão de seda preto, ela pode ser insuportável mas não posso negar que é bonita pra caralho viu?

-Já tá tudo arrumado. - Dylan se levantou e foi em direção a sua irmã. -Tem certeza que vai ficar bem? Depois do incidente de ontem eu tenho medo. - o mesmo colocou as duas mãos sobre os ombros de Emily.

-Não precisa se preocupar, eu tenho aquilo ali. - Emily apontou para mim como se eu fosse uma mobília. -Pode trabalhar tranquilo.

Dylan se afastou e subiu para o seu quarto. Emily me olhou com um olhar como se dissesse "você ainda tá aqui né?".

-Já tomou café? - perguntou seca.

-Eu? Não.

-Tá esperando o que então? Vem, não vai desmaiar de fome no trabalho. - disse Emily indo para a cozinha.

-Mas seu irmão me disse que você tá de folga.

-Exatamente, quero sair hoje. Vem logo!

-Abaixa esse tom de voz que eu não tô gritando com você não. - segui Emily só porque eu estava com fome.

A cozinha era enorme, assim como a sala, com móveis de cor vulcânica, eu simplesmente amei. Ainda estava encantada com a cozinha, Emily se sentou na mesa e me olhou.

-É bom não comer de pé, se não você vai limpar o chão.

Voltei do mundo da lua e me sentei a mesa, tudo parecia ótimo, porém, tomei devidas circunstâncias para garantir de que eu não coma nada envenenado pela Berrycloth.

-E onde a senhorita Berrycloth deseja ir hoje? - perguntei ironicamente.

-Vai saber quando eu disser.

-Não cansa de ser tão grossa?

-Se eu tivesse cansado, eu teria sido? Em suas palavras.

-Essa mulher não cansa nunca? - pensei

Terminamos de comer, uma hora ou outra, Emily me lançava insultos, mas nada que não seja normal dela, e eu revidava, obviamente, minha mãe me ensinou a nunca levar desaforo pra casa, eu já tô até vendo que hoje vai ser um longo dia.

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