Capítulo 11

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Emily point of view

Abri os olhos lentamente, eram 06:00 da manhã em ponto. Senti o calor de uma pessoa dormindo abraçada em mim. Amber estava totalmente apagada, saí de seus braços devagar para não acordá-la. Coloquei meu roupão que estava jogado no chão e saí do quarto lentamente. Desci as escadas, Dylan já estava acordado e tomando café.

-E aí? Como foi? - disse ele quando me viu entrando na cozinha.

-O quê? - perguntei, meu cérebro demora um pouco pra acordar totalmente.

-Menina, como você é falsa. Até parece que não sabe do que eu estou falando. - Dylan deu mais um gole na sua xícara de café.

As engrenagens na minha cabeça começaram a girar e lentamente eu consegui entender.

-Ah. Isso... - dei uma pausa e fui até a geladeira. -Foi ótimo, não, mais que isso. Foi maravilhoso. - disse com um sorrisinho.

-Tá bom, tá bom, não quero saber de cada detalhe e dou graças ao divino por não ter ouvido nada.

Servi uma xícara de café e uma salada de frutas e me sentei junto de meu irmão, meu verdadeiro irmão, dessa vez.

-Deixa de ser idiota. - disse entre algumas risadas.

-É, a Amber mudou você. - Dylan olhou nos meus olhos.

-O quê quer dizer com isso? - franzi o cenho.

-Quero dizer que você parece mais feliz, pelo menos 5% mais feliz. Depois de trocar palavras e outras coisas com Amber. Porque antes você me daria um soco e nem ousaria dar risadinhas se eu dissesse algo assim.

-Tá, mas agora, o que caralhos a gente é? - perguntei e dei outro gole no meu café preto. -Porque amigos não transam, né?

-Não que eu saiba. - Dylan deu uma mordida no seu sanduíche. -Vai precisar falar com ela.

-Não fala de boca cheia.

Ele estava certo, mas o que eu falo? Eu não sei falar com pessoas.

-Ah, falei com a mãe e o pai ontem a noite... - minha expressão se esfriou rapidamente.

-Como eles estão depois do incidente? Não devem ter dado nem um piu sobre mim né?

-É... Não... - depois que meu pai me vendeu para Valentino, nunca mais falei com eles, nem sequer o nome deles foi mencionado, e Dylan se culpa por isso.

-Relaxa, águas passadas. Mas o que eles queriam?

-Ah, queriam saber como estava o meu trabalho.

-Imaginei. - revirei os olhos e tomei mais um pouco do meu café.

Sei que Valentino e o pai de Amber tem alguma coisa em comum, talvez o pai dela tenha ajudado Valentino a construir o que tem hoje, ou talvez tenha algo mais nas entrelinhas que eu não desejo saber, mas Amber vai querer descobrir e eu não vou poder impedir. Outra coisa que eu não entendo até hoje é: por que o meu pai me vendeu para ele? Qual era o real motivo? Não seria só por que não gostava de mim. Se não ele teria feito qualquer outra coisa, né? Afastei essas perguntas sem respostas de minha mente, eu estava afastada de Valentino por um tempo, sem gravações, até ele ter uma ideia. E conhecendo como a mente de Valentino consegue ser facilmente superestimada, coisa que é tudo fruto da mente narcisista dele, vai demorar.

Ouvi passos descendo as escadas, Amber havia acordado.

-Bom dia gente! - disse estranhamente animada. Ela já estava vestida.

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