Capítulo 8

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Emily point of view

Fiquei ali parada, observando Amber ir embora, depois daquela  última frase, meu coração se quebrou em milhões de pedaços. Por que eu estava me sentindo assim? Ela era só mais alguém, né? Caí de joelhos no piso frio, olhando as marcas de sangue na frente da porta, eu não pensei em como eu iria limpar o sangue dali, coisa que eu geralmente pensaria. Eu não conseguia chorar, eu já chorei tanto na vida que meus olhos secaram, eu sentia a raiva e tristeza acumuladas em mim, mas não conseguia colocar pra fora. Eu poderia dizer que aquilo doeu mais em mim do que nela, mas eu claramente estaria mentindo, visto o que ela havia feito.

-Você fez a escolha certa.

Após ouvir essa frase, me levantei rapidamente e olhei para trás, era Dylan, encostado na grade de escada no segundo andar. Eu transmitia raiva olhando para ele, e o mesmo percebeu isso.

-"A escolha certa" você não viu o que foi aquilo?! - disse subindo as escadas e apontando para a mancha de sangue do lado de fora da casa. Continuei andando até ficar cara a cara com meu irmão.

-Só confie em mim, você vai ficar bem. - disse colocando uma mão em meu ombro.

-Confiança? Sério? Eu não confio em você. - afastei seu braço de mim e fui para o meu quarto.

Fechei e tranquei a porta, me encostei na mesma e desci até o chão, respirei fundo, pensando no que eu havia feito, e como eu não tinha feito a escolha certa. Eu estava com tanta raiva de mim mesma, e saber que as chances de não ter volta eram altas piorava a situação. Eu não tinha pra quem fugir. Eu não tinha pra onde fugir. Não dá pra fugir de si mesma. O celular vibrou, atendi com esperança.

-Alô? - perguntei esperançosa.

-Onde caralhos você está?! Já era pra estar aqui tem 10 minutos! - esbravejou Valentino, o pequeno sorriso no meu rosto logo se desfez.

-Desculpa, Val. Eu já estou a caminho. - desliguei o telefonema.

Respirei fundo, me levantei e peguei minha bolsa sem nenhum ânimo, não que eu tenha algum quando se trata disso. Precisava manter minha pose, não pensar nisso, manter minha clássica face indiferente e egoísta. Eu sei como esconder os sentimentos, sei falar o que ele quer ouvir, e por isso que ninguém nunca desconfia de mim.

[...]

Cheguei no estúdio, dei uma olhada para cima, observando o apartamento de Amber, onde ela vivia, as cortinas estavam fechadas, as luzes desligas, as janelas fechadas, não aparentava ter alguém em casa. Reestabeleci meu foco, Valentino estava me esperando com um rosto nada feliz. Quando ele viu que eu estava só, sua face se transformou em uma mistura de aliviado e confuso.

-Onde está sua "segurança"? - perguntou se aproximando de mim lentamente.

-Eu a demiti.

-Ótimo, achei que teria que fazer isso sozinho. - Valentino se virou de costas e foi até a mesa.

Engoli em seco, tentando adivinhar o que ele queria dizer com isso, mesmo já tendo algo em mente. Valentino voltou sua atenção para mim, e me entregou as "drogas diárias". Respirei fundo, já estava farta disso, mas é como minha mãe sempre dizia: tudo pelo dinheiro.

Amber point of view

Sempre a protetora, nunca a protegida. Sempre a ouvinte, nunca a ouvida. Sempre a explosiva, nunca Amber. Arrumei minha casa, juntei tudo que quebrei e derrubei. Me sentei no sofá quando terminei tudo, exausta. Eu realmente estava confusa com tudo isso, por que eu estava tão triste com isso? Não era só por causa do dinheiro, não poderia ser. Eu resolvi ir mais a fundo nas redes sociais da família Berrycloth. Comecei pelo Instagram de Emily, só haviam fotos dela, de lugares que ela foi, de atores que ela provavelmente trabalhou e fotos dela com o irmão dela, mas nenhuma com a mãe e o pai. Fui no Instagram do Dylan, lá tinha fotos de família e do trabalho dele. No Instagram dos pais deles só tinham fotos com o Dylan, mas os pais dela não me são estranhos.

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