Capítulo 14

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Narrador point of view

Cerca de um mês se passou desde o ocorrido com Valentino. Dylan fazia o que ele mandava, dizia tudo o que Emily fazia, contra a sua própria vontade, obviamente. Enquanto isso, Amber pensava como iria quebrar o contrato com o pai dos Berrycloth com Valentino e, principalmente, como iria contar para Emily que ela estava sendo vigiada pelo próprio irmão, e que Amber era cúmplice. Claramente, Emily não tinha nem ideia do que estava acontecendo. E entre Amber e Emily? Bom, as duas ainda não se decidiram como iriam se rotular. Porém, uma viajem pode ser um "bom empurrãozinho", por mais que seja a negócios.

Emily point of view

-Não. - disse Amber ríspida, mas ainda com uma pontinha de educação.

-Sinto muito minha cara, mas você não está em posição de recusar. - encarei-a com as mãos na cintura, na frente de seu corpo sentado no sofá.

-Emily, por que eu tenho que ir com você? - Amber retirou seus olhos do celular e os virou para mim.

-Primeiro: você é minha segurança; segundo: porque eu tô mandando.

Amber suspirou. Derrotada, sabia que não tinha como evitar.

-Mas você só disse que nós teríamos que viajar a negócios. - Amber realçou a palavra "nós". -Não disse pra onde nós vamos. - ela voltou sua atenção para o celular.

-Você tem cara de que nunca saiu de Londres. - a mulher assentiu, também né, pobre. -Nós vamos para o Festival de Cannes.

Amber simplesmente jogou o celular no sofá e me encarou de olhos arregalados.

-Você vai para o Festival de Cannes?! - Amber se levantou devagar, pois se levantasse rápido demais iria cair em cima de mim.

-Sim, e você vai comigo, pode deixar os agradecimentos para depois. - me virei de costas para subir as escadas e voltar para o meu quarto.

Quando já estava no início da escadaria, senti braços envolta da minha cintura, em um abraço. Aquele momento me fez paralisar por um momento, mas logo me entregando ao calor do corpo da mulher abraçada em mim.

-Não era você que não queria ir viajar? - olhei para Amber, que estava com a cabeça apoiada em meu ombro.

-Fiquei com vontade do nada.

-Interesseira. - murmurei.

-Só um pouco.

Soltei uma risada nasal. Amber se afastou do abraço e ficou na minha frente com um sorriso leve.

-Vou tomar um banho. - Amber depositou um selinho na minha testa e voltou a subir as escadas.

Aquele simples ato me fez sorrir igual besta, nunca sorri desse jeito. Amber me fazia sentir coisas que eu nunca tinha sentido antes, eram misturas de sentimentos. Carinho e insegurança. Felicidade e raiva. Medo e afeto. Me vi perdida em meus pensamentos, mas Dylan me acordou deles.

-Eu vou poder ir também né? - perguntou ele, encostado na parede da cozinha.

-É claro que sim, você é meu irmão. - disse como se fosse óbvio, Dylan de aproximou de mim. -Até porque ele vai estar lá.

A expressão de Dylan mudou, agora estava mais sério.

-Ele não vai fazer mal a você, eu prometo.

Dylan segurava minhas mãos como uma tentativa de me manter segura, de acreditar naquelas palavras, mesmo que fosse impossível. Ele vai me machucar, a qualquer momento ele vai, e se eu falar alguma coisa, vai machucar o Dylan também.

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