And I'd give up forever to touch you - The goo goo Dolls

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Capítulo 10

Isabella 

  O caminho para casa, foi bem mais demorado, muito trânsito na rua, o que em dia normal até poderia ter tirado um pouco do sério, mas pela noite de hoje não. Pelo contrário, o carro estava com o cheiro da cacheada, o banco do passageiro transmitia o cheiro de coco do seu cabelo, e minhas roupas o cheiro doce do seu perfume. 

    Apenas isso, era necessário para impedir qualquer mal humor ou sentimento ruim que pudesse ter pelo resto do final de semana. E todas as lembranças anteriores fizeram com que eu me sentisse a garota mais sortuda do mundo. 

   Quer dizer, eu acabei de sair em um encontro com a Lobinha, eu beijei a Giulia Furizze. Como poderia sentir qualquer sentimento ruim depois disso? 

   Ou melhor, ainda sinto a insegurança de ficar sozinha, de afastar todos que conheço. No fundo sei que tenho isso porque já perdi alguém importante, não quero que aconteça de novo, não sei lidar com isso novamente. Mas quando eu tô com ela… quando tô com a Giulia, sinto que não importa o que vem depois, porque tô com ela no agora, e isso, por enquanto… basta pra mim.

    Entre as paradas de sinais vermelhos e o engarrafamento da rodovia, me peguei pensando nela de novo, em como ela estava magnífica, como eu amava cada detalhe dela.

   E em como eu gosto quando a temperatura da pele dela, se mistura com a minha. Do nosso beijo principalmente. 

   Eu poderia facilmente repeti-lo todos os dias da minha eternidade, sem nunca enjoar ou querer mudar algo. Foi perfeito para mim… perfeito demais na verdade.

   Foi para mim, mas não sei se foi para ela… de alguma forma, ela se sentiu desconfortável com o beijo, ou melhor, ficou desconfortável comigo. Quando eu cheguei perto do seu pescoço, a forma que ela se afastou de mim, por que ela fez isso? 

   Eu pensei que ela tinha superado o lance de vampiros, será que ela acha que eu a mordiria? Ou pior, ela realmente acha que eu a machucaria de alguma forma? Essa questão, embora meia perdida entre tantos outros detalhes do encontro, me deixou pensativa. Eu não quero ser isso para ela, não quero que ela me veja como algo que possa machucar, e nem nada que represente alguma insegurança que ela tenha. 

   Pelo contrário, quero que ela saiba que não precisa ter medo de nada enquanto estiver comigo, e por mais que não seja tão simples, que ela não precisa ter nenhuma insegurança também. E farei o impossível se necessário para que isso aconteça. Não vou ser como o ex dela, que inclusive está na minha lista negra sem nem mesmo ter seu nome na minha cabeça. 

   Tudo que ela me disse hoje sobre a bebida, e todo o resto, embora tivesse me assustado, só me fez ter a certeza do quão forte ela é, passou por tantas coisas e ainda sim, é a pessoa mais gentil e incrível que conheço. 

   E enquanto esses um milhão de pensamentos rodavam na minha cabeça, um barulho enorme de buzinas machucaram meus ouvidos. Me fazendo voltar a si. 

   —Sorte de vocês que estou de muito bom humor… — Disse pra mim mesma tentando tampas um dos ouvidos, enquanto voltava a dirigir. 

🩸🩸🩸

 Cheguei em casa meio tarde, então fiz o mínimo de barulho possível, entrei pela garagem, que dava entrada pela cozinha, e sentei um pouco enquanto mandava mensagem avisando que cheguei. 

  A casa estava silenciosa, quase todas as luzes desligadas, ninguém além da minha mãe, do Oliver e o Theo, que eram vampiros transformados dormiam, e até eles às vezes permaneciam acordados, mas fazemos isso para nenhum vizinho achar estranhos. Mas mesmo assim, com todas as luzes desligadas e o silêncio presente. Eu ouvi passos. 

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde histórias criam vida. Descubra agora