If you dance, I'll dance And if you don't, I'll dance anyway - Lana Del Rey

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capítulo 16

Isabella
 

    Pode ser impressão minha, mas eu realmente acho que o hospital está mais gelado. A temperatura sempre foi assim e eu nunca me senti um desconforto com isso, não antes de hoje. 

  Principalmente enquanto eu comia meu sorvete de pistache e tive que encarar os olhos da Giulia de forma fria, me olhando seriamente, me pedindo para que me afastasse dela mais uma vez.

  Confesso que foi uma péssima ideia tentar me aproximar dela dessa maneira, ela já deixou claro que não me quer por perto e confirmou mais uma vez hoje. 

 Eu pensei que seria difícil fingir estar melhor perto da Giulia, e realmente foi, espero que ela não tenha percebido que ainda não superei mesmo depois de semanas. Por que ela parece ter superado, mesmo parecendo meio confusa e atrapalhada, talvez seja por que ela realmente está desconfortável com minha presença. 

   Mas que merda, quando foi que isso aconteceu? Quando ela passou a se sentir desconfortável comigo? O que eu fiz para ela mudar tanto?

  Perguntas que às vezes lembro que só vão me trazer mais sofrimento, e talvez eu devesse começar a superar de verdade ao invés de só fingir, não to dizendo que vai ser rápido, ou que eu quero, até por que estamos falando da Giula, como se supera essa garota? Mas sei que é necessário, então tenho que começar por algum lugar…

   Focar nos problemas da minha vida pode ser um começo, uma distração necessária até. Por isso, depois de passar alguns minutos sentada comendo meu sorvete numa sala fria lembrando da forma fria da morena eu decidir, ir fazer o que realmente vim fazer no hospital, e ver o meu pai. 

   Como de costume estava na sala dela, tive certeza que não tinha paciente por que não ouvi vozes enquanto eu me aproximei. Então entrei, dando um susto no auxiliar que estava com ele. 

   —Isabella, não sabe bater na porta, filha? — Meu pai perguntou enquanto eu ouvia o coração do jovem enfermeiro bater mais forte.

   —Sei, só não quis fazer! — Sorri enquanto percebia o sangue do garoto correndo pelo próprio corpo. — Boa tarde Vitor… — Disse de uma forma que sabia que afetava o garoto, me aproximando do seu corpo. — Você cortou o cabelo… Tirou aquele rabo de cavalo ridículo que você tinha!

   —Bo…boa, boa tarde Senhorita… Isabella…—Meu deus como eu sinto falta de deixar ele sem graça, por que isso é tão divertido? — Vo… Você gostou? Acha… Acha que ficou bom?

  —Eu adorei, querido! — Meu dedos se enrolaram nos cachos loiros que se formavam nos meu deus, e agora o garoto quase parou de responder por um momento. — Ficou ótimo! O próximo passo é trocar essa armação deste óculos, não acha?

  —Sim.. sim, na verdade planejava fazer isso semana que vem. — Ele mentia, sei disso por que fez o mesmo que faz todas as vezes, mexeu no botão do jaleco.

  —Que bom… vou adorar ver qual você vai escolher… — Disse enquanto descia meu dedo pelo seu rosto, deixando a pele do garoto completamente vermelha. 

   — Já chega, Vitor, pode fazer suas outras tarefas, eu termino por aqui! — Meu pai que assistia toda a cena agora estava na porta esperando a saída do garoto. 

  —Okay senhor…. Tchau Isa… Isabella… — Ele saiu com as pernas tremendo e o coração mais forte que antes. 

  —Isabella… — Meu pai me olhava de forma séria, como todas as vezes que fiz o mesmo com o garoto. — Já lhe disse para parar de brincar com meu enfermeiro!

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde histórias criam vida. Descubra agora