Anata to kono mama osaraba suru yori, Shinu no ga ii wa...

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Capítulo 21

🇨🇮🇨🇮🇨🇮

Leonardo

 Lembro bem quando meus pais quase se separaram, foi uma época na qual eles estavam brigando demais, e mal, conseguiam ficar no mesmo ambiente. Era quase como se um fosse a toxina um do outro.

  Na época eu devia ter uns 12 anos, ou talvez um pouco mais, e como toda criança sem muitos amigos que passa o tempo todo em casa eu percebi tudo o que aconteceu, e algumas cenas me lembro com clareza. Clareza demais para entender que seria o melhor para nós três, eles não saíram de casa nem nada, mas depois daquele dia também nunca estiveram mais casados. 

   Eu como amigo da Isabella e da Giulia, senti o mesmo que senti com meus pais, o medo de não conseguir da atenção para os dois, e de ter quer ajudar os dois individualmente, não sabia como ser justo com os dois, ou como torna as coisas mais fáceis para elas duas, como poderia aconselhar e trazer conforto às duas.

  Mas com elas, era diferente, tinha uma coisa de diferente na verdade, por que elas duas, diferente dos meus pais, se amam de verdade, um amor que elas podem não perceber, mas é intenso demais ao ponto de fazer mal por não conseguir ser direcionado uma à outra. Elas se perdem e não sabem como agir, isso acaba machucando uma a outra. 

  Chega a ser triste ver essas duas desse jeito, ainda pior por que isso afeta todo que amam elas duas, como o Oli e o Salem, e até o Sirius que fingia não gostar da Isabella. 

  Nesse exato momento ele estava sentado em um banco perto do portão principal, estava de cabeça baixa e olhos fechados. 

  Meu corpo paralisou por um momento, me impedindo completamente de me aproximar, em parte por que embora eu adore estar perto dele, e por sentir ele de perto, a distância que nós estamos é perfeita para a minha visão.

  Consigo ver ele de forma completa, sua roupa que para não variar está amassada, sua sua gravata que nem ao mesmo está feita, e sua bota de cano um pouco mais alto, sua jaqueta de couro um pouco mais velha e gasta, e suas correntes no peito. Seu cabelo longo com mechas que tapam parte do seu rosto, e mesmo assim, ainda consigo ver seu nariz fino e seus lábios que parecem estar pronunciando algo. 

   Algo que me fez querer e finalmente me aproximar dele, logo no meio do caminho, percebi que ele não notaria minha presença, o que me fez ficar mal por um momento. ele estava no celular e me fez me perguntar se estava ocupado ou conversando com outra pessoa. 

  No meio do caminho entendi o real motivo e lembrei que o garoto tem a audição de um idoso que precisa exagerar no volume da TV para ouvir o noticiário. Ele estava de fone, e embora eu não tenha entendido direito o que está escutando, percebi que estava no volume máximo. E que sua atenção não seria dividida com mais ninguém além do próprio celular.

  Mesmo assim, me sentei ao lado dele, evitei olhar para o aparelho porque se tivesse toda aquela atenção para não me notar devia ser algo importante, e se ele quisesse, me falaria.

  Isso não foi um problema para mim, porque enquanto ele se concentrava no que te interessava, eu o olhava, agora de perto, e agora com seu perfume que por algum motivo era doce, um que não condizia com seu estilo, ou sei lá, nunca soube como se cheirava uma pessoa como ele. Mas sei que o cheiro dele era bom, e gostoso, e eu gostava muito.

  Eu gosto muito de tudo isso. 

  Eu gosto muito dele…

  Mas percebi que eu era estranho demais, inclusive encarando e cheirando ele dessa forma… Como um cachorro… Como um Golden.

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde histórias criam vida. Descubra agora