"Man, am I the greatest?" - Billie Eilish

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Capítulo 14

Isabella

  —Eu estava pensando, nós poderíamos sair depois das aulas de vocês dois, o que acha pequeno? — A voz do homem  não se encaixava bem com uma pergunta, era quase como uma sugestão decidida, ainda mais se dirigindo ao meu irmão que com certeza aceitaria.

  —Para onde Theo? — O pequeno respondeu animado com a ideia, era óbvio que ele usaria meu irmão para me fazer sair de casa, um jogo muito baixo, mas compreensível do parte dele, já que nunca o vi tão preocupado comigo desde da morte da Helena.

  —Hummm — Ele levou uma das mão do queixo, pensativo enquanto dirigia. — Algo divertido… Cinema talvez? — Ele olhou para o meu irmão, mas sabia que a pergunta era para mim. — O que acha vampirinha? Ajuda ai!

  —Cinema não Theo… — A verdade é que nenhum lugar era bom para o momento, mas o cinema, o único cinema da cidade, traria lembranças que teriam o efeito contrário ao que ele planejava.

  — Okay, talvez algo mais livre… — Ele pareceu se lembrar do encontro. — Que tal o parque? A noite eles ligam algumas luzes coloridas e fica um lugar bem bonito, charmoso até! Tem muita gente passeando e levando seus cachorros para passear, e…

   Eu olhei para ele, questionando a última parte da sua frase, sei que não foi de propósito, sei que ele mais do que nunca está tentando me ver bem, e estar tentando me ajudar, mas acontece que agora é o pior momento para isso, porque absolutamente tudo me lembra a vira-lata. 

  Duvido que de fato exista um único lugar no mundo que não me lembre dela, até por que isso já era um desafio gigante, mas agora, com tudo que ela me disse, com o término, só ficou mais difícil. E eu me sinto horrível por isso, quero dizer, não só pelo término de algo que nem começou mas também por ter acreditado nela esse tempo todo. 

   O Harry tinha razão, não em tudo, mas ele tinha razão, a Giulia realmente me fez me sentir bem pior do que eu imaginava que ficaria, o que não fez sentido, já que no início foi tão bom, tão perfeito…

  —Parque não, outra coisa. — Pedi, claro que não iria fazer desfeita da tentativa da pessoa mais próxima que tenho no momento. Mas ir para um lugar como esse, provavelmente, só me deixaria pior. 

   —Uma coisa mais simples então, um lugar familiar… — O homem voltou a procurar por escolhas, enquanto meu irmão logo no banco de trás esperava pela resposta.

   Pode parecer que não, mas eu sei que o Oliver está tão preocupado comigo quanto o Theo, percebi que ele está tentando se fazer mais presente para mim, talvez para não me deixar sozinha, isso desde que visitei a Giulia e voltei chorando para o carro. Naquela noite, ele permaneceu ao meu lado durante toda a noite, boa parte me fazendo carinho e beijando minha testa, falando diversas vezes que tudo ia ficar bem, mesmo nem sabendo sobre o motivo.

   Ele estava errado, tudo piorou muito depois daquilo, mas isso não o impediu de cuidar de mim, fazendo o mesmo que o Theo, e confesso que se não fosse por esses dois, tudo isso estaria sendo bem mais difícil do que de fato está.

   Eu estou completamente quebrada, muito magoada por tudo que ouvi, e já devo ter chorado umas três vezes ao lembrar da voz da morena dizendo aquelas coisas, mas estar com esses dois, me faz continuar com minha rotina, e faz com que não seja tão difícil.

   —Starbucks! — O pequeno gritou do banco de trás fazendo com que nós dois da frente tivéssemos um susto repentino. — A gente pode ir no Starbucks? E beber aquela bebida gostosa que a Isa gosta? — A pergunta dele era em forma de súplica, quase como se a ideia fosse uma uma desculpa para ele beber o Frapuccino que ele sempre pedia para dividir comigo quando tinha a oportunidade.

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde histórias criam vida. Descubra agora