"It's starting to freak me, Out it's so loud" - overwhelmed

6K 426 642
                                    

Capítulo 11

Giulia
 

  

   Se tem uma coisa que eu tentava entender desde que conheci a Isabella, é como ela pode significar, e me fazer sentir tantas coisas.

   Desde que conheci ela, no início, onde ela me fez me sentir um ser totalmente inferior, ou como ela conseguiu me deixar tão confusa. E agora como ela se tornou o meu conforto. 

   Desde que minha mãe morreu, eu não durmo bem, eu não me alimento como deveria, e sempre acho que não sou valida o suficiente para receber amor, ou atenção, ou qualquer coisa boa. 

   E como poderia? O Harry é um arrombado, mas ele tem razão, não sou uma pessoa que faça bem as outras, desde que tudo começou, consegui trazer preocupação para minha família, inclusive para o meu irmão que não tem idade para isso. 

  Tive que fazer minha família inteira mudar e arranjar uma vida totalmente nova e diferente. Isso tudo por que, não consigo me manter sóbria o suficiente para ficar perto de um lugar cheio de bebidas. 

   Mas com a Isabella, eu sinto que mesmo que por um momento, um momento bem curto de tempo, talvez eu mereça. Ou melhor dizendo, sinto que quero ser melhor para finalmente pertencer a ela de fato. Eu quero ficar ao lado dela, todos os dias, todos os meus momentos, ruins e bons.

   Quero poder ficar com ela, como agora, com ela deitada no meu colo, com seus olhos azuis, que brilham, como se estivesse vendo algo valioso, com seu sorriso meloso, enquanto faço cafuné no seu cabelo loiro bagunçado. Com seus braços me envolvendo e me fazendo acreditar que estou segura. 

   Eu não sei como vou fazer isso, mas quero que ela continue aqui, e não quero que ela conheça o meu lado ruim, não dá forma real, não quero que ela se preocupe comigo, e não quero envolver ela nos meus problemas, e não vou fazer isso. 

   Mesmo que ela diga o contrário, mesmo que ela me peça para contar com ela, não vou transformar a vida dela em um pesadelo, não como fiz com minha família. 

  Ela definitivamente não merece isso. 

  — Lobinha? Tá bem? — Ela me perguntou ainda deitada no meu peito, possivelmente pela minha feição, que pensava como vou fazer com que ela não fosse afetada por mim. — No que tá pensando? 

    —Não estou pensando em nada. — Menti descaradamente, o que seria melhor, explicar nas centenas de coisas que se passavam pela minha cabeça seria demorado, e cansativo. E iria totalmente contra o meu plano. 

   —Em nada? —Questionou com uma das sobrancelhas arqueadas. —Sei que tá mentindo, mas eu tava pensando aqui… 

   —Hum? — Seguir curiosa. 

   —Eu disse que não iria morder o seu pescoço… — Ela levantou um pouco da cabeça com um sorriso que conheço bem. Me fazendo me concentrar total. — Mas eu poderia fazer outras coisas… certo? 

   Cerrei os olhos pensativa, depois os abri quando entendi o que ela quis dizer. Ela achou minha expressão engraçada e me deu um beijo rápido, depois de rir da situação. 

   —Minha lobinha… tão lerda… —Ela voltou a me beijar, delicadamente. O mesmo beijo doce da última vez, calmo, e lento, que me fez, trazer sua nuca para mais perto, sentido suas mechas tocarem o meu rosto, e sentindo seus lábios se curvarem em um sorriso. 

  — Eu posso? — Ela parou para pedir permissão, dividindo seu olhar entre os meus lábios e meus olhos, que permitiram. 

  Como eu poderia negar alguma coisa para essa garota? 

Entre caninos e olhos vermelhos. Onde histórias criam vida. Descubra agora