Entre caninos e olhos vermelhos.

"amor voce e como sol, ilumina o meu dia mas, queima a minha pele" - Baco exu

Capítulo 20 

Isabella 
 
 

Às vezes pensar que a minha vida provavelmente nunca vai ter um fim e meio deprimente, porque me dá a impressão de que as coisas ruins também nunca vão. 

  Eu provavelmente vou continuar tendo que viver com meus sentimentos de dor e angústia pelo resto da minha vida, e por mais que eles me deem uma pausa, um descanso momentâneo, eles vão voltar. 

  Isso me faz me lembrar do motivo de eu preferir viver sozinha, sem me apegar as pessoas que são mortais, e que por mesmo que só um pouco eu ainda tenha inveja delas por isso. 

   Mas o fato de eu ter outros como eu me conforta, como os meus irmãos por exemplo. 

  Saber que vou passar o resto da minha vida tendo Oliver como meu irmão me conforta de um jeito que não sei explicar, saber que eles vão estar presentes em todos os meus dias me faz me sentir aliviada. 

  Porque sei que sou sortuda por ter ele. E por ter o Arthur também, embora ele seja mais do tipo de irmão que implica, ainda sim, se importa comigo e estar comigo agora que estou deprimida. 

   —Oliver, a Isa tá bem mal, precisamos fazer algo pra animar ela. —O dois estavam na ponta da escada no andar de cima, sussurrando. Claro que não importa em que lugar da imensa casa eles estejam, eu provavelmente ouviria sem querer. 

  —O que vamos fazer, Tutu? — O pequeno perguntou usando o apelido habitual com o mais velho. 

  —Bom, nós dois não sabemos jogar basquete… isso deixaria ela Mais animada. —Sugeriu descartando a possibilidade. 

    —Também não entendendo nada de arte bonita que ela gosta! — Oliver também descartou outra possibilidade. 

  Confesso que ver eles pensando e agindo dessa forma, sendo totalmente indiscretos me fez abrir um sorriso de canto. 

  —Tive uma ideia! Mas você vai ter que dirigir! —O Oliver finalmente pensou em algo, animado ele disse um pouco mais alto do que antes. 

  —Sem problemas, mas para onde vamos pequeno? —Perguntou enquanto descia a escada seguindo o mais novo. 

  —Te explico no caminho maninho! —Ele saiu correndo em direção a garagem. 

  —Vocês vão sair? Vão para onde? —Perguntei mesmo que a resposta já fosse óbvio. —Vão mesmo me deixar sozinha em casa? 

  —Você quer vim junto Isa? Vamos sair pra comer! —O pequeno deu meia volta e veio até mim, me entregando um casaco para que eu o ajudasse a vesti-lo. 

  —Eu não tô com fome, meu amor, mas obrigada! 

   —Mas não quer ir nem pra fazer companhia? —O Arthur veio intervir. Insistindo mesmo nem sabendo qual é o plano do pequeno. 

  —É Isa! Vamos, vai ser legal! —insistiu, e eu evitei olhar, porque sabia que não resistiria. 

  —Onde vão comer? —Perguntei, a fim de obter mais informações. 

  O Arthur parecia perdido com a resposta, e só permaneceu quieto. 

  —Se você vier, você descobre! —O pequeno de cabelos escuros conseguia ser bem insistente quando queria, e fazia isso muito bem! —Anda Isa vai se arrumar, nós te esperamos! 

  —Se arrumar? Vamos em algum lugar chique? —Isso só me deixou ainda mais curiosa. Não estava totalmente arrumada, mas não achava que minha roupa estava ruim para uma janta de quinta feira.