𝟎𝟏𝟒

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𝓐 𝓜𝓲𝓼𝓽𝓪𝓴𝓮 𝓽𝓱𝓪𝓽 𝓦𝓲𝓵𝓵 𝓝𝓸𝓽 𝓫𝓮 𝓡𝓮𝓹𝓮𝓪𝓽𝓮𝓭

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𝓢entado num recanto esquecido do jardim, rodeado por rododendros em flor e oculto por altas colunas entrelaçadas de vinhas, Aemond perdia-se em reflexões sombrias. Ao seu lado, Floris Baratheon fazia-lhe companhia, tentando aliviar o peso do desgosto que se lia claramente em sua postura resignada. O frescor da brisa não conseguia dissipar a névoa de humilhação que ainda pairava sobre ele após a derrota no torneio, uma ferida em seu orgulho que parecia resistir ao tempo.

Floris, com uma delicadeza que buscava não infringir o espaço de amargura de Aemond, arriscou algumas palavras de consolo.

- Foi apenas um momento, Aemond. Isso não define quem você é, muito menos sua capacidade. - Disse ela, sua voz um sussurro de empatia na quietude do jardim.

Ele a olhou brevemente, seu olho revelando uma tempestade interna antes de voltar a fitar o vazio.

- Nos jogos de poder, cada momento é uma eternidade. Eles podem decidir tudo. - respondeu ele, a voz carregada de um descontentamento que ressoava mais profundo do que o mero resultado de uma justa.

Sua resposta cortou qualquer tentativa de diálogo mais confortador. Floris percebeu que, apesar de sua presença ser tolerada e até ocasionalmente desejada, havia um abismo entre eles que palavras de consolo não podiam atravessar. Aemond estava envolto em camadas de desilusão e ressentimento que ela, por mais que tentasse, não conseguia penetrar completamente.

No silêncio que se seguiu, apenas o som suave da brisa mexendo nas folhas e o distante burburinho da reunião dos Lordes preenchiam o ar. Floris manteve-se ao lado de Aemond, uma companhia silenciosa e discreta, reconhecendo que, por vezes, a presença é a única consolação possível diante de uma derrota tão pessoal e dolorosa.

Floris percebeu o limite que Aemond impunha à conversa e decidiu mudar de assunto, apontando para um rododendro florescente.

- Veja como as flores desabrocham sem se preocupar com os olhares alheios. Elas simplesmente florescem, à sua própria maneira. - Disse ela, buscando aliviar a tensão.

Aemond olhou para o arbusto, ponderando a simplicidade da metáfora.

- Talvez - Ele murmurou. - Mas nós não somos flores, Floris. Nós estamos presos em jogos de poder que as flores jamais compreenderiam.

Ela concordou com um aceno, reconhecendo a complexidade do homem ao seu lado, esculpido tanto por suas ambições quanto por suas frustrações passadas.

- Sim, todos nós jogamos nossos próprios jogos. - respondeu Floris, sua voz calma e reflexiva. - A questão é discernir quais jogos valem a pena ser jogados.

Aemond exalou, relaxando levemente sob a lógica ponderada de Floris.

- E quem decide o valor do jogo? - perguntou, quase como se falasse consigo mesmo.

𝓥𝖊𝖓𝖊𝖓𝖔, 𝓕𝖔𝖌𝖔 𝖊 𝓢𝖆𝖓𝖌𝖚𝖊, 𝓐𝓮𝓶𝓸𝓷𝓭 𝓣.Onde histórias criam vida. Descubra agora