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EMMA CONWAY

Hoje o dia acordou ensolarado, com pouquíssimas nuvens e céu de um tom azul vibrante, dando-nos mais um dia quente de verão. No entanto, a noite não tinha sido nada boa. Muse, passou a noite toda passando mal, vomitou três vezes e perdi a conta de quantas vezes fez cocô na sua caminha.

Passei a noite praticamente toda ao seu lado, com medo de sair do seu lado e acontecer alguma coisa no momento em que eu não estivesse olhando, isso resultou em uma cara inchada por conta do choro e uma dor no corpo terrível por conta dos cochilos que eu dei no chão e sentada.

Chamei James na sua casa desesperada para que ele viesse aqui e dar uma olhada nela, fiz o coitado vir apenas de cueca para a minha casa (era uma visão e tanto). Ele medicou a minha pequena com alguma coisa que ele tinha em casa, chegou até a me explicar o que era, mas minha cabeça estava tão agitada e eu tão desesperada que não prestei muita atenção no que ele falava.

Quando Muse estava melhor, ele foi para casa dele e eu achei que tinha ido embora, mas para a minha total surpresa, ele retornou, agora vestido (o que era uma pena) e ficou comigo ao lado dela durante o restante da madrugada.

Quando era mais de cinco da manhã, conseguimos fazer Muse comer um pouco e beber água depois de James ter dado o remédio para ela, aí sim, eu consegui me acalmar de verdade e deitar um tempinho na minha cama e tirar um cochilo mais digno, mesmo que não parasse de pensar na minha cachorra e em como ela estava ficando cada vez mais debilitada.

Quando acordei umas nove horas, James tinha já tinha saído e Muse estava bem melhor, tinha até levantado da sua caminha e deitado no tapete da sala que sempre gostou de ficar, então, quando fiz o meu café da manhã (um sanduíche nada saudável) e dei algo para ela comer, notei que parecia meio triste, mas não por conta da doença.

Acho que o fato de estarmos presas dentro de casa por tanto tempo sem fazer nada de diferente além de ficar deitada e comendo uma sopa sem graça, Muse estava ficando mais deprimida do que já estava e me senti culpada por não fazê-la se sentir melhor numa fase como essa.

Por isso, aproveitei o convite de James e Melissa e coloquei uma roupa confortável e dei um banho morninho nela. Dei os seus remédios de dor e enjoo nos horários certos e quando finalmente ela se animou, provavelmente notando a minha súbita troca de humor, a levei para fora, levando meu pacotinho de jujubas, para sentarmos um cadinho no gramado.

O sol reluzia perfeitamente em uma temperatura agradável, combinando com a brisa gostosa e fresca que vinha do mar.

Puxei Muse devagar pela coleira, indo em direção a árvore de cerejeira que deixava uma sombra deliciosa na grama e me sentei ali, deixando que minha cachorra deitasse ao meu lado e apreciasse tanto quanto eu aquele momento leveza.

Após alguns minutos em silêncio, apenas respirando um pouco do ar puro e comendo as balas doces, passos apressados chamou a minha atenção e quando virei-me para olhar, Mia estava vindo correndo na minha direção com o seu pai logo ao seu alcance, caminhando também até nós.

Muse levantou um pouco a cabeça quando também ouviu a garotinha se aproximar.

— Oi, tia Emy — praticamente gritou, animadíssima ao me ver e agarrou as minhas pernas com seus bracinhos.

Abaixei-me para lhe abraçar, e ela passou os braços ao redor do meu pescoço dessa vez.

— Oi, Mia — apertei-a ainda mais contra mim. — Como você está?

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