Epílogo

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JAMES GRIFFIN
Alguns meses depois

Sinceramente, a vida podia ser cruel em algumas partes dela, poderia nos levar ao fundo do poço, nos fazer sofrer de formas inimagináveis, como também poderia nos elevar em níveis extremos de felicidade, assim como os nossos batimentos cardíacos, constantemente subindo e descendo.

Porque essa era a realidade da vida, sem os momentos ruins, não apreciaríamos tanto os bons, e sem os bons, não resistiríamos aos ruins e então, seriamos como uma eterna linha, vivendo pacatos, sem nenhum propósito. Mortos como o "pi" em uma máquina de batimentos cardíacos.

Era por isso que, não questionava mais Deus ou o universo, destino, ou seja lá quem comanda esse mundo, do porque os obstáculos e as dores apareciam no meu caminho, já que eu sabia que em algum momento, eles iriam passar, como uma chuva que vem e se vai. Agora, eu vagava pelas lembranças, não com uma dor dilacerante, mas sim com uma saudade boa.

Olhando para a imagem à frente, tudo isso fazia sentido. Mesmo com tudo o que aconteceu, com todas as turbulências que tivemos e vivemos, era gratificante ter chegado até aqui.

Emma dormia tranquilamente na nossa cama bem ao lado de Mia que estava no nosso meio também presa no mundo dos sonhos.

Acordar com elas ao meu lado era o que me dava forças para continuar, o que me trazia a mais plena felicidade. Quer dizer, não só elas, com também minha irmã, mãe, amigos e agora, o pequeno serzinho que crescia dia após dia na sua barriga.

Eu e Emma nos casamos cinco meses após o pedido inusitado e repentino que fiz naquela galeria, e vê-la caminhar até mim vestida de branco foi uma cena tão maravilhosa e emocionante que não consegui conter as lágrimas quando veio até mim, sozinha. Ela estava tão dividida para escolher entre Marcos e Ethan que acabou deixando-os apenas como padrinhos para não dar briga.

Dois meses depois, descobrimos que ela estava grávida de um mês e meio de maneira inesperada, mas que trouxe a mais pura felicidade para todos nós, principalmente para uma pequena garotinha que estava louca por um irmãozinho ou irmãzinha.

Lembrar daquele dia me trazia uma felicidade imensa, principalmente quando a imagem de Mia levando as nossas alianças passava pela minha cabeça.

Passei a mão na sua barriga de quatro meses com uma protuberância relevante, eu amava fazer aquilo, sentir o fruto do nosso amor crescendo no seu ventre era inexplicável, igualmente bom quando era a minha primogênita na barriga de Valerin.

E falando nela, agradecia-lhe todos os dias pelo presente que tinha me deixado, por ter agraciado a minha vida com a melhor filha que eu poderia ter, que agora, tinha cinco anos e estava cada vez mais esperta e falante.

Passei a mão pelo seu rostinho, tirando um fio de cabelo que caia no seu nariz, que franziu com o meu toque e dei um beijo casto não sua bochecha gordinha. Ela tinha vindo dormir conosco ao ter tido um pesadelo no meio da noite, e Emma, a puxou para os braços, colocando-a confortavelmente no nosso meio.

Levantei vagarosamente, tentando não acordá-las, e saí do quarto, olhando para o quarto que era de Beatriz, sentindo falta da Sombra naquela casa.

Mesmo sob os meus protestos, da Mia esse Emma, minha querida irmã tinha resolvido alugar um apartamento no centro da cidade, mais próximo da faculdade, alegando que agora que eu estava casado e teria mais um filho, precisava do máximo de privacidade e espaço e ela não atrapalharia a nossa vida.

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