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JAMES GRIFFIN

— Não acredito que começaram a festança sem mim — Marcos, como sempre, chegou com a sua costumeira gritaria.

Ele deixou a carne junto das outras em cima da mesinha perto da churrasqueira onde Davis virava algumas delas.

— Ninguém mandou você ser um filho da puta atrasado — Ethan reclamou, daquele jeito mal-humorado que agora estava bem pior do que normalmente era.

— Ei! — Nicolli lançou um olhar repreendedor na direção do nosso amigo. — Tem crianças presentes, idiota.

— Idiota — Daniel, filho de Nicolli com Davis, repetiu.

— Não, filho — Davis, olhou na direção do garotinho de cinco anos. — Não pode dizer isso!

— Idiota — o pestinha repetiu outra vez, dando gargalhada. — Filho da puta.

— Filho da puta — minha filha imitou, soltando uma risada.

— Mia! — gritei ao mesmo tempo que minha irmã.

— Tá vendo, porra? — Davis passou a mão pelo cabelo.

— Tá vendo, porra? — Mia e Daniel falaram em uníssono, os dois achando graça e fazendo Marcos, o adulto com mentalidade de criança, rir também.

— Parem de falar palavrão, caralho! — Nicolli, reclamou.

— Caralho — as crianças disseram, ainda achando aquilo a coisa mais engraçada do mundo.

— Isso tudo é culpa do Marcos — Davis disse, indo até o filho e eu fui até a minha.

— Minha? — Spencer perguntou, incrédulo. — Eu acabei de chegar!

— Melissa — chamei a minha filha assim que parei na sua frente. — Não pode dizer essas coisas, ok?

— Caralho, porra, idiota, filho da puta — teimosa, repetiu cada uma das palavras.

Balancei a cabeça em negativa.
— Isso é um desastre.

— É sua, sim — Ethan também acusou o loiro. — Até antes de você chegar ninguém tinha xingado ainda.

— Não tenho culpa se vocês são um bando de bocas sujas, porra!

Todos lançaram olhares fulminantes na direção dele pelo palavrão.

Ele levantou as mãos em rendição.
— Foi mal, foi mal. Apenas um deslize.

Bufei, e deixei minha filha continuar brincando com o Daniel e mudamos de assunto antes que deixássemos mais alguns palavrões escaparem e as crianças ouvissem tudo aquilo.

O dia passou rápido. Brincamos muito, fizemos piadas, implicamos e provocamos uns aos outros, mergulhamos no mar, aproveitando o sol quente de julho e o calor de Los Angeles e colocamos o papo em dia depois de um tempo sem termos um momento como esse.

Eu senti muita falta de passar esses momentos ao lado dessas pessoas que eu amava mais do que tudo nessa vida. Eles eram a minha família e não fazia ideia de como consegui viver esses últimos dois anos isolado, sem tê-los por perto.

Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora