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EMMA GRIFFIN

James parecia transtornado. De uma forma que nunca vi nenhuma pessoa. Quando eu o vi, ali, em pé perto da mesa enquanto Nolan estava sentado ao meu lado, nunca me senti tão horrível. Me senti uma pessoa desprezível. Uma traidora. E o pior, era que, nem era pelo fato de ter traído Nolan, e sim, por estar com outra pessoa que não fosse James.

Eu estava confusa. Me sentindo extremamente culpada por ter me colocado naquela situação. Não era como se eu não tivesse sentimentos pelo Nolan, mas o amor, não era como antes, era raso, completamente diferente do mar aberto que sentia quando estava com James.

Quando vi Nolan nesta manhã, não foi como das outras vezes. Foi estranho, quase errado. E eu não sabia o que fazer com as milhares de emoções que corroíam o meu corpo.

Eu não sabia o que fazer, não sabia como agir, não sabia nem conversar com meu próprio noivo como se de repente, não tivéssemos mais falando a mesma língua. Os toques e os beijos, por mais que eu tentasse, não faziam nem cócegas na minha pele. Esquentava, mas não me queimava, não me consumia.

Passei o dia com ele, tentando colocar em ordem todas as coisas que eu sentia, tentava saber exatamente o que acontecia comigo quando estava na sua presença. Mas quanto mais eu tentava, menos eu chegava a uma conclusão.

Mas eu não podia trocar o certo pelo duvidoso. Eu tinha anos de história com o Nolan. Eu amava ele. Tinha certeza disso, mesmo com a paixão avassaladora que sentia pelo meu vizinho.

Paixão acabava em algum momento, como eu lidaria caso eu terminasse com Nolan, que era algo concreto, sólido, por um sentimento que poderia sumir em um piscar de olhos?

Eu estava fazendo a Escolha Certa, tinha que estar.  Ou não sabia o que seria de mim no final. Mesmo que lá no fundo eu sentisse que já estivesse quebrando.

Respirei fundo, me recuperando. Tentando cessar as lágrimas que se acumulavam no meu rosto. Passei a mão pelo rosto, limpando-as. Recuperando a respiração que me foi retirada e tentando controlar as batidas agitadas do meu coração.

Levantei da areia após um tempo que fiquei ali, sentada, pensando no que fazer falo em diante. Limpei um pouco da sujeira marítima que se agarrou na minha roupa e depois de estar totalmente — ou melhor, parcialmente — estabilizada, voltei a caminhar para a entrada do estabelecimento.

Antes de chegar, vi Ethan descendo as escadas com Marcos em seu alcance. Parei, esperando que chegassem até mim.

— Cadê o James? — Ethan foi o primeiro a perguntar assim que pararam na minha frente, suas expressões preocupadas.

— N-Não sei... — falei, a vontade de chorar querendo me invadir de novo. — Ele... Ele saiu... me deu as costas... A-acho que foi embora.

Eles se entreolharam. Eu sabia o que passava na cabeça deles, sabiam exatamente o que tinham acontecido aqui.

— Vocês brigaram? — foi Ethan quem fez a pergunta. Vi uma certa pena passar pelos seus olhos. Assenti, mordendo o lábio. — Vou procurá-lo.

E assim ele saiu, não esperando nenhuma resposta. Não queria olhar para Marcos. Estava envergonha sabendo que eles tinham uma ideia do que tinha acontecido. Minha cara de choro era autoexplicativa.

Escolha CertaOnde histórias criam vida. Descubra agora