14 - O Arquiteto

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Venice brincava nos fundos da mansão, ainda me sinto culpado por ligar para meu tio, pensei em pegar um trem, ou entrar em um ônibus sem destino certo, mas Venice sendo um Theerapanyakul, logo seriamos achados, eu sempre chamei aquele alfa de mafioso, mas eu não tinha noção de fato de quem ele era. 

Respirei fundo, eu liguei para ele assim que meu tio nos resgatou, mas me deixei tomar pelo ciúme e possessividade, aquela ligação fez meu coração já quebrado se esfarelar de uma só vez. Perguntei ao Venice, se ele queria voltar, ele foi rápido em responder, que não sairia do meu lado, estou errado? Sim, estou, mas que se foda, não posso deixar esse pequeno filhote lúpus sem supervisão, ainda mais sabendo que seu avô e meu pai são dois malucos que o querem.


-Eu lembro quando você tinha esse tamanho, você também gostava de vir aqui e brincar...

-Desculpe tio, eu não me lembro.

-Você era peque e travesso como Venice, olhe para os olhos vermelhos dele ainda me encarando, tão protetor...

-Eu vou o proteger com a minha vida tio, não vou deixar pá, chegar perto do Veni...

-Você precisa ligar para ele novamente, meu filho me ligou agora, eu menti, na verdade venho mentindo há muitos anos. 

-Obrigado por salvar nos dois, sei que deve ser difícil para você, mas eu não conseguia pensar em ninguém.

-Você fez bem, assim eu consigo pagar pelos meus pecados do passado, vou cuidar de você filho, como antigamente, vou proteger a criança, como eu deveria ter feito aquela noite, sinto muito...


Tio Kron lamentava, eu o abracei, não o culpo, ele amava meu pai, mas espero que esse amor tenha acabado. Mesmo ele me dizendo que fez e faz coisas ruins, que ele não é um bom alfa, que ele odeia pá, que ele quer pá na miséria, e quer vê-lo implorar pela ajudar dele, ainda posso sentir um ressentimento muito grande. Pá estava cada dia mais firme com o irmão do meu tio, tudo isso me deixa ainda confuso e é difícil de tragar toda essa história, eu só fui entender quem tio Kron era, depois que Apo me disse.


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