Londres, agosto de 1841.
━ Agora o gato comeu a sua língua.
━ Apenas não estou afim de dar corda para a sua imoralidade, cavalheiro.
Alexander Joaquim Jones é um grande empresário de Nova York e que deseja expandir seus negócios para a Inglaterra...
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— Para onde está me levando? — Carolina indaga a Alexander.
— É uma surpresa! Terá de esperar para descobrir o que estou escondendo. — Alex sussurra no ouvido da sua bela esposa e ata uma venda nos olhos dela.
Minutos antes, ele pediu para que ela fosse aos aposentos e colocasse um traje simples. Carolina então escolheu o seu traje verde escuro e em um dos bolsos inseriu o pecaminoso livro que a ensinou tanto durante meses. Para ela, enfim tinha chegado a hora de contar todos os seus segredos.
Agora os dois estavam trotando e indo em direção a um lugar que é desconhecido até mesmo para a autora que vos narra.
Maio estava no seu auge e a primavera estava mostrando os seus encantos por onde passavam, os seus aromas eram sentidos com perfeição e até mesmo admiração. Os minutos passavam e a ansiedade da mulher se intensificava pela tamanha curiosidade que a assolava.
— Falta muito, meu amor? — a voz doce de Carol ressoou.
— Somente alguns minutos. Tenha paciência, amor.
A essa altura os seus tratamentos carinhosos não eram mais uma novidade, mas sim, uma promessa para o futuro de que tudo seria doce — bem, a maior parte, pois as picuinhas e brigas se faziam presentes constantemente —, a vida do casal representava o que um puro amor pode fazer com dois indivíduos quando se entregam ao verdadeiro amor. Mas há uma verdade insolúvel: o grande fascínio de um americano jamais acabará, desde que o alvo deste fascínio seja a dama que lhe deixou a beira da loucura em tantos instantes que nem se é capaz de contar.
Creio que somente agora descobrirei para onde Alexander está a levando, pois a brisa marítima já se revela e o som das ondas pode ser ouvido.
— São sons de ondas, Alexander? — o tom dela é entusiasmado.
— É uma possibilidade. — sua voz soa rouca e causa arrepios na esposa.
— Não me provoque, americano.
— Não estou, bruxinha.
Eles riem com leveza enquanto Alex apeia do cavalo em seguida ajuda Carolina a descer. O contato das sapatilhas dela contra a areia a fazem joga-las longe para sentir os pequenos grãos na sola do pé descalço. O marido da dama se põe atrás dela e faz menção de baixar a venda, mas antes sussurra para ela:
— Da última vez isso não aconteceu da forma que deveria, hoje estou aqui para te recompensar pelo fracasso. Afinal, você merece que tudo seja perfeito, pois você é perfeita.
Então Alexander baixa a venda, permitindo que Carolina veja o lindo piquenique que ele preparou para ela.
Os olhos de Carol lacrimejam pela emoção ao vislumbrar o mais lindo dos cenários já vistos por ela. Há um tecido quadrado ao chão de cor bege, um sofá pequeno e no outro lado almofadas espalhadas de maneira calculada. No centro tem uma pequena mesinha, daquelas que se leva o café na cama e está preenchida com velas vermelhas delicadas e algumas frutas e ao lado dessa mesa possui uma cesta que presumo estar recheada de comidas deliciosas.
