Capítulo 24- Um deus bondoso

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O meu coração está pulsando tão loucamente, sinto que ele pode sair facilmente da minha boca, meu corpo está paralisado de tanto medo. Sinto que algo terrível está à minha espreita e que este pesadelo é um aviso. Durante todas as minhas experiências, convivi com pesadelos horríveis que me faziam acordar todas as noites assustado, mas este pesadelo foi diferente.
A porta foi aberta, as luzes foi acesa e passos rápidos se aproximando de mim. Fecho os meus olhos, aperto os lençóis com força e sinto um forte e caloroso abraço envolvendo o meu corpo. Não contive as minhas lágrimas e Geovane me olhou preocupado.

- Estou aqui, meu amor. -sussurrou no meu ouvido e beijou a minha testa.

Ele é o meu amuleto protetor de sonhos, meu escudo e a minha outra metade, o ser que dedique todas as minhas existências. Dormir nos seus braços e desta vez me sentindo seguro.

Acordei de manhã e procurei ele na cama, com os meus braços, ainda com os olhos fechados e não encontrei. Abril os meus olhos, ele não estava. Levantei apressado da cama e procurei em todos os lugares possíveis da casa onde Geovane poderia estar e infelizmente não encontrei, meu coração se entristeceu.

Saí de casa e comecei a andar um pouco na propriedade. Ela é muito grande e linda como tudo que ele tem, simplesmente o Geovane tem um bom gosto para tudo. Andei por alguns minutos e avistei uma floresta nos fundos da propriedade e fui até ela, mas sinto que estou sendo seguido, mas todas as vezes que olho para trás não há ninguém. Finalmente cheguei próximo da floresta, ela é muito densa. Melhor não entrar do jeito que sou, vou acabar me perdendo.

Há um som de água corrente.

É uma péssima ideia, mas quero ver o rio, então seguir e cada vez o som ficava mais forte e deparei com um rio de águas límpidas e rasas.

Fiquei descaso e entrei na água. Está fria, mas é uma boa sensação a fraca correnteza estar passando pelas minhas pernas. Estou muito feliz, me sinto renovado de estar aqui, olhei para baixo e vi umas pedras que brilhavam tanto que parecem joias.

Sinto um abraço forte que me tira da água, não consigo olhar para o rosto e fui colocado no chão com muito cuidado e corri desesperado.

- Não precisa ter medo, só tirei você dali porque a água está fria, desculpe se pareci ser grosseiro.-disse uma voz em um tom sereno.

Olhei para trás, era um homem ou algo que parecia um.

Ele não parecia ter más intenções. Não é humano, é um deus menor. Diante dos meus olhos o homem virou um pássaro e voou encantadoramente pelo Céu. Ele era o passarinho daquele dia na janela.

Após uma espécie de show particular, finalmente pousou em uma árvore e se transformou novamente e olhou para mim.
- Vá para casa, é para o seu bem.-disse sério.
- Para o meu bem?.-questionei sem entender as intenções dele.
- Sim.

- Era uma vez um deus diferente dos outros, que até mesmo nem parecia um deus. Enquanto os demais tinham vários desejos profanos e eram egoístas. O pequeno deus só tinha amor e luz dentro de si. Um dia ele foi obrigado a se casar com um tirano e sofreu muito, após séculos o seu marido finalmente demonstrou os seus sentimentos, mas este não era o fim do seu sofrimento, era apenas o início. Ele foi amaldiçoado e até hoje vive esta terrível maldição.-disse olhando diretamente para os meus olhos. Asas como de um anjo apareceram nas suas costas, pulou da árvore e posou de joelhos.

- Minha saudação, Deus da vida e da luz. E sumiu como pólvora na minha frente.

Voltarei para casa, ele já deve ter chegado, calmante me dirigir até a mansão. No caminho peguei algumas flores silvestres e fiz um pequeno buquê.

Assim que cheguei, ouvi a voz alterada do Geovane e entrei. Ele me olhou de uma forma assustadora, como se tivesse feito uma coisa terrível. Geovane veio na minha direção, abaixei a cabeça, não consigo olhar para seus olhos quando ele tem um olhar tão assustador assim, isso me faz lembrar de coisas horríveis que aconteceram.

- Que porra você foi fazer na floresta.-disse de forma ríspida e autoritária.

- Eu... ‐ estou tão assustado com a situação que nem estou conseguindo formular uma resposta. Por que ele está me tratando dessa forma de novo?

- Quando eu estiver falando com você, olhei para mim.- segurou o meu rosto com força para eu olhar para ele.

Não consegui segurar as lágrimas.

- Você disse que eu podia andar pela propriedade.-falei alto e me deu um tapa com força que machucou o meu rosto. Soltei as flores, ele soltou o meu rosto e abaixei a cabeça. Então me puxou para o quarto e me trancou.

Eu não acredito, porque tenho sofre tanto. Ele estava me tratando tão bem, eu sou tão idiota e estupido, era só coisa da minha cabeça.

Como sempre, o dia passou lentamente, a percepção do tempo é relativa, para uns é rápido e confortável e para outros demorado e agonizante. Vai do psicológico e do estado emocional de cada um.

A noite finalmente chegou, ele entrou no quarto. Poderia fingir que estou dormindo, mas não vou fazer isso.

Ele se aproximou, subiu em cima de mim e me olhou nos meus olhos, seu olhar ainda esta muito assustado. Ele começou a tirar a minha roupa e virei o rosto. Geovane tirou a dele e abriu as minhas pernas.

Ele começou a passar suas mãos pelo meu corpo.

- Você ganhou algum peso, mas ainda não o suficiente.
Comecei a chorar baixinho e fechei os meus olhos.
- Me desculpe, sinto muito pelo que fiz. Não queria te bater, existe algo negativo dentro de mim a qual lutou constantemente. Fui fraco e deixei isso tomar contra mais uma vez, é como um gênio maligno que influencia a minha mente e apaga o que sinto por você no meu coração.

Agora os seus olhos estavam quase transbordando em lágrimas, enxuguei suas lágrimas e ele me abraçou tão forte que senti que seria esmagador.

Ele me beijou de forma calma, mas apaixonada.

Logo ele percebeu e deixou que pudesse respirar, então me beijou de forma calma, mas apaixonada e dormimos agarrados um no outro completamente pelados.

Na manhã seguinte, acordei e Geovane novamente não estava, mas desta vez ele deixou uma mensagem no celular para mim.

" Bom dia!

Hoje tenho uma reunião muito importante e por isso tive que sair muito cedo. Por favor, se cuide e coma todas as refeições. Mais uma vez, me desculpei e foi muito estúpido.

Como amor, seu futuro marido. "

Passei o dia inteiro no quarto, para tentar não enfurece-lo de alguma forma. Da cama sentado, pude contemplar o pôr do sol, não conseguia deixar de olhar até ele desaparecer no horizonte.

Levantei, fui ao banheiro, comecei a tomar banho e fiquei por minutos aproveitando o meu banho e acabei pegando no sono. Quando acordei, já estava deitado na cama e vestido. Ele estava alisando o meu rosto suavemente com suas mãos.

- Você se alimentou como eu pedir?.-disse com tom autoritário.

- Sim, só não jantei ainda. - disse olhando para seu rosto com pequeno sorriso.

Ele me pegou no colo e fomos em direção à sala de jantar e se sentou comigo no colo. O jantar já estava posto e ele deu toda a refeição na minha boca até não sobrar mais nada no prato.
Então ele começou a comer a dele e na hora da sobremesa ele deixou que comesse sozinho e ficou me olhando. Geovane tem um certo prazer em me ver comendo.

- Não vai comer também?-disse olhando para a deliciosa sobremesa.

- Não, você é o suficiente para mim, mais do que isso vou morrer de tanto doce na minha vida.

Fiquei vermelho. Ele lambeu os meus lábios sujos com o glacê, fiquei com tanta vergonha que escondi o meu rosto no seu peitoral, mesmo sabendo que os empregados desta casa parecerem não ter emoções, eles nos viram e estou morrendo de vergonha por isso.

Ele começou a rir de mim.

- Realmente, você é um coelhinho fofo e vergonhoso.

Continua...

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⏰ Última atualização: May 08 ⏰

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