Ascensão e queda de Camila Cabello

26.

hey vocês! e vamos de atualização, favoritem e comentem para me deixar feliz e em troca tentarei atualizar o mais rápido possível. espero que gostem do capítulo. boa leitura!

Lauren

Estou segurando meu violino em vez de tocá-lo, quando meu pai volta para a biblioteca.

– As outras bruxinhas se foram. – diz ele.

Eu assinto. Ele entra na sala e se senta no sofá comprido de crina de cavalo, onde Camila passou a maior parte da tarde. Papai está vestido para o jantar. Nós nos arrumamos para o jantar aos domingos e feriados, e esta noite ele está usando um terno preto com uma gravata vermelha. Seu cabelo ficou branco quando minha mãe morreu, mas se parece um pouco com o meu – espesso, meio ondulado, e um bico de viúva pronunciado.

Todos dizem que puxei à minha mãe em aparência – somos do ramo egípcio da família Pitch –, mas eu imito conscientemente o modo como meu pai se porta: a maneira como nunca se consegue ver o que está acontecendo por trás de seus olhos. Ensaiei isso na frente do espelho. (É claro que eu consigo me ver no espelho; Camila Cabello é uma idiota.)

No momento, estou fingindo que não ligo que Cabello tenha partido. Estou fingindo nem ter notado que ela se foi.

Não sei por que me surpreendi quando ela foi embora – passei as últimas 24 horas lembrando-lhe de que não éramos amigas, apesar dos beijos. Portanto, não deveria ficar chocada e desanimada por ela partir com as duas pessoas que realmente são suas amigas... Com a pessoa que ela sempre quis, desde que a conheço.

Papai pigarreia e cruza as pernas preguiçosamente.

– Você se meteu em alguma enrascada grande demais, Lauren?

Dificilmente me chama de Michelle. Minha mãe insistiu no nome porque é tradicional da família, mas meu pai o odeia.

– Não. – digo.

– Isso é parte de algum plano maluco da sua tia? – ele soa entediado. Fica remexendo a calça, endireitando o vinco.

– Não. – falo, sem entonação. – É um projeto de escola, na verdade. Pensei em bancar a simpática, pra variar, e ver até onde isso me leva.

Ele arqueia uma sobrancelha. Está tão quieto na biblioteca, que posso ouvir seu relógio tiquetaquear.

– Porque seria um momento ruim para tomar uma atitude de maneira independente. – diz ele. – As Famílias têm seu próprio plano.

– Com um papel para mim?

– Ainda não. Gostaria que você terminasse a escola primeiro. Gostaria que você se recuperasse. Estive falando com sua mãe, e ela pensou que talvez você quisesse falar com alguém... sobre a sua situação.

Ele chama Clara de minha mãe. Eu não me importo.

– Um médico? – digo.

– Mais como um conselheiro.

– Um psicólogo? – soou mais irritado do que deveria. Eu ajeito meu rosto. Pigarreio. – Papai. – digo, com mais calma. – Não posso imaginar que parte da minha situação possa ser discutida com um terapeuta Normal.

– Sua mãe... ela mencionou que você já está acostumada a falar sobre a sua condição cuidadosamente. Você poderia evitar detalhes específicos.

– Estou bem. – digo.

– Sua mãe...

– Vou pensar no assunto.

Ele se levanta. Graciosamente. Arruma as abotoaduras.