14.

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feliz ano novo meus amores! 💕

Camila

Eu acabo de pegar minha inimiga com a boca na botija invadindo o escritório do Mago. Poderia fazer com que ela fosse expulsa por isso. Finalmente.

Em vez disso, dei a ela o que ela veio roubar, depois perguntei se podíamos conversar a sós – e tudo por causa de uma foto de bebê.

Mas a expressão no rosto de Lauren naquela foto... Sorrindo só porque estava feliz, as bochechas como maçãs vermelhas.

E a expressão em seu rosto quando ela viu. Como se alguém tivesse soprado uma corneta e todas as suas muralhas tivessem caído.

Caminhamos até nosso quarto, e é esquisito: nós temos experiência em caminhar uma com a outra, apesar de estarmos geralmente nos dirigindo no mesmo sentido. Mantemos nossa distância nas escadas, depois nos afastamos ainda mais quando atravessamos os pátios. Eu tenho ímpetos de sacar minha espada de novo.

Ao chegarmos ao nosso quarto, Lauren já está num completo mau humor. Ela bate a porta depois de entrarmos, deposita o livro em sua cama e cruza os braços.

– Certo, Cabello. Estamos sozinhas. Seja lá o que tenha a dizer, diga.

Também cruzo os braços.

– Tudo bem. – digo. – Apenas... sente-se, tá bem?

– Por que eu deveria me sentar?

– Porque você está me deixando desconfortável.

– Que bom. – diz ela. – Você deveria ficar contente por eu não estar te fazendo sangrar.

– Pelo amor de Deus! – digo. Só praguejo como uma Normal quando estou por um fio. – Será que você pode se acalmar? Isso é importante.

Lauren chacoalha a cabeça, exasperada, mas senta-se no pé da cama, franzindo a testa para mim. Ela tem esses olhos caídos de cachorrinho, que sempre parecem estar espiando por baixo das pálpebras, até quando seus olhos estão abertos. E seus lábios se curvam naturalmente para baixo nos cantos. É como se o rosto dela tivesse sido projetado para fazer beicinho.

Vou até minha mochila e apanho um caderno. Anotei o máximo que pude no dia seguinte à Visita da mãe de Lauren; pensei que estivesse anotando tudo para compartilhar com o Mago.

Sento-me na cama, de frente para ela, que relutantemente se ajeita para se sentar diante de mim.

– Certo. – digo. – Olha só. Eu não quero te contar isso. Nem sei se deveria contar. Mas é a sua mãe, e eu não acho certo esconder de você.

– O que tem a minha mãe? – Os braços dela se descruzam e ela se inclina adiante, agarrando meu caderno.

Puxo o caderno para longe.

– Estou te contando, tá? Só escute.

Os olhos dela se estreitam.

Eu estou estupidamente frustrada.

– Quando você estava distante... você esteve distante quando o Véu se ergueu.

Ascensão e queda de Camila CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora