16.

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Camila

Lauren levanta a mão até a lousa e escreve "Vampiros", e então, "Em uma missão para o Insípidum", e então, "Uma morte".

Não sei como ela consegue fazer isso – falar sobre vampiros sem reconhecer que é um deles. Fingindo que eu já não sei. Que ela não sabe que eu já sei.

– Bem, não foi apenas uma morte. – digo. – Também morreram vampiros, não? Sua mãe matou todos eles? Quantos?

– É impossível dizer. – Ela cruza os braços. – Não havia nenhum resto mortal. – Ela se vira para a lousa. – Não existe nenhum resto nesse tipo de morte. Apenas cinzas.

– Então o Insípidum enviou vampiros para Watford...

– A primeira invasão na história da escola. – diz ela.

– E a última. – acrescento.

– Bem, ficou muito mais difícil, não foi? – diz Lauren. – Pelo menos isso precisamos admitir sobre o Mago: a segurança desta escola é rígida feito pedra. Ele esconderia Watford atrás do Véu se pudesse.

– Houve algum ataque de vampiros desde então?

Lauren dá de ombros.

– Não creio que vampiros ataquem bruxos normalmente. Meu pai diz que são como ursos. Eles.

– Como assim? – pergunto.

– Bem, eles caçam onde é mais fácil, entre os Normais, e não atacam bruxos a menos que estejam famintos ou com hidrofobia. É complicação demais.

– O que mais o seu pai falou sobre vampiros?

A voz de Lauren é puro gelo:

– O assunto raramente surge.

– Bem, estou só dizendo – eu endireito os ombros e falo de modo deliberado – que ajudaria nessa situação específica se soubéssemos como vampiros funcionam.

O lábio dela se retorce.

– Quase certeza que eles bebem sangue e se transformam em morcegos, Cabello.

– Eu estava me referindo ao aspecto cultural, tá bem?

– Claro, você sempre foca na cultura.

– Quer a minha ajuda ou não?

Ela suspira e escreve: "Vampiros: algo a se pensar" na lousa.

Eu enfio o último pedaço de pão na boca.

– Vampiros podem mesmo se transformar em morcegos?

– Por que você não pergunta para um? Seguindo em frente: o que mais nós sabemos?

Saio da cama e limpo as mãos na calça; então, pego um exemplar encadernado de O Registro na minha escrivaninha.

– Eu procurei a cobertura do ataque... – Abro o livro no lugar correto e o ofereço a ela. O retrato oficial de sua mãe ocupa metade da página. Também há uma foto da creche, queimada e enegrecida, e a manchete:

Ascensão e queda de Camila CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora