31.

171 19 10
                                    

Lauren

Levei um bom tempo para perceber que Hansen estava apenas possuindo a cadela – que não estava presa dentro do corpo dela. Nunca tinha ouvido falar de uma coisa dessas. Tenho certeza de que é ilegal.

A Hansen verdadeira, bruxa aterrorizante que é, está escondida atrás de uma cerca viva em Hounslow, esperando por mim.

Estou a caminho para buscá-la.

– Isso não teria sido necessário se você não fosse tão muquirana com o número do seu celular! – ela late do banco de trás.


Dinah

Estou escondida no jardim do nosso vizinho. Não posso ir para casa porque sei que se mamãe estiver lá, ela não vai me deixar sair. E eu tenho que sair – não posso deixar Camila enfrentar o Mago sozinha. Talvez ela já esteja em Watford. Provavelmente, foi só pensar em se teletransportar e já chegou lá.

Eu realmente estraguei tudo com Camila.

Ela iria me deixar ir com ela, acho, depois que Lauren saiu pisando duro. Mas aí tentei convencê-la a não ir – tentei raciocinar com ela.

– Talvez Lauren tenha razão. – falei.

Camila estava andando de um lado para o outro no meu quarto, agitando sua espada, e parou para me lançar um olhar de escárnio.

– Sério, Dinah? Lorpas?

– Não, não sobre os lorpas, mas, Mila, pense comigo, o que vai acontecer quando as pessoas descobrirem a seu respeito?

– Não dou a mínima para essas pessoas! – ela rosnou.

Eu a silenciei. Meus irmãozinhos e irmãzinhas ainda estavam no andar de baixo.

– Você se importa com o Mago. – falei. – O que vai acontecer quando ele descobrir que você está roubando a magia?

– Eu não estou roubando! – ela sibilou.

– Seja lá o que estiver fazendo! – cochichei de volta. – O que vai acontecer?

– Não sei! O Mago vai decidir.

Foi nesse ponto, provavelmente, que eu deveria ter desistido. Em vez disso, coloquei-me de pé diante dela e tentei pegar sua mão. Ela me deixou pegá-la.

– Camila, talvez devêssemos simplesmente partir.

Ela pareceu confusa. Apertou a espada com a outra mão.

– Dinah. É disso que estou falando. Nós temos que ir.

– Não. – eu me aproximei dela, apertando sua mão. – Acredito que essa pode ser nossa única chance de... de partir.

Ela me olhou como se eu estivesse doida.

Eu continuei:

– Todos já te conectaram ao Insípidum. Quando descobrirem o que está acontecendo de verdade, até os que gostam de você... você é uma ameaça a todos, Camila. A todo o nosso mundo. Assim que descobrirem... Talvez essa seja a nossa única chance de ir embora. Poderíamos simplesmente... partir.

Ela balançou a cabeça.

– Ir para onde, Dinah?

– Para qualquer lugar que tivermos que ir. Para longe.


Camila

Longe. Não existe longe.

Só existem o aqui e o Normal. Dinah pensou mesmo que fugir da magia seria uma libertação para mim? Nem mesmo acho que isso seja possível. Eu sou mágica. E seja lá o que eu estiver fazendo, fugir não vai fazer parar.

Ascensão e queda de Camila CabelloOnde histórias criam vida. Descubra agora