14.5- Sentimento Estranho

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⚠️—este capítulo é do ponto de vista da Genocide Chara. o capítulo a seguir não segue uma ordem cronológica.—⚠️

aproveite.

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quanto tempo faz agora? sete anos? sete anos desde que a minha Frisk chegou no subsolo. a ideia pacífica dela de salvar os monstros me deixou pensando se ela era idiota... eu acho que ela era.

mas, conforme o tempo passou ali embaixo, principalmente depois de ter se encontrado com Flowey, ela havia perdido a fé que os monstros eram bons. talvez até pensou que por serem agressivos, mereciam estar no subsolo. você até pode pensar "que besteira, ela estava apenas começando. não pode tirar conclusões precipitadas." porém, há uma grande diferença do meu mundo para o mundo da outra Chara. nenhum monstro era amigável, todos estavam terrivelmente traumatizados depois da guerra com os humanos, vários monstros perderam seus amigos e família. e, após minha morte e a do Asriel na família Dreemurr... o sangue realmente começou a jorrar.

meus pensamentos foram interrompidos quando escutei a velha e doce voz de minha Frisk, ainda que não estivesse carregada de emoção... sua voz antes de ter me vendido sua alma às vezes... me trazia um sentimento desconhecido, aquilo que os humanos chamam de "saudade".

FRISK: senhora?

ela falou calmamente, parada em minha frente. eu a olhei de relance, passando meus olhos por cada milímetro de seu corpo até voltar a atenção para seus lábios que me prendiam.

CHARA: sim? algum problema, querida?

FRISK: vim passar os dados desta semana sobre o estado da Heroína e sua parceira. a Heroína está lutando contra a morte e às vezes se recusa a comer, apenas come pois sua parceira a obriga. ela não está com vontade de falar com SANS, também. não conseguimos tirar uma informação sequer sobre Chara ou Frisk. o que a senhora acha que devemos fazer com ela?

CHARA: hm... deixe por mais uns dias. não podemos descartá-la, ela é uma peça importante até que Chara não apareça. mas logo ela vai aparecer, disso tenho certeza.

FRISK: é sobre o encontro que você e SANS tiveram com ela aquele dia?

eu assenti, indo para o balcão de bebidas que Gaster deixou para nós. peguei um shot de whisky, bebendo do recipiente, sentindo a garganta queimar com o líquido e logo coloquei mais, oferecendo para a minha Frisk que assentiu quando percebeu que eu estava perguntando se queria um copo.

estar próxima dela era, de alguma forma, estranho. me trazia sentimentos que eu não poderia explicar. era um sentimento estranho e desconhecido por mim, sempre tentei tirar isso de meus pensamentos.

senti seus braços envolverem em minha cintura e logo olhei para os seus olhos, fitando aquele belo par de olhos âmbar.

CHARA: Frisk, querida... você não sente falta de ter uma alma dentro de si...?

perguntei receosa, o que fez a menor em minha frente me olhar confusa.

FRISK: senhora, eu... estou feliz e segura de qualquer jeito, porque quem guarda a minha alma é você.

ela fez um carinho em minha bochecha, me tirando de minha preocupação desnecessária.

CHARA: Frisk, se arrume no quarto. eu quero sair.

Amor Sem ResetsOnde histórias criam vida. Descubra agora