Eu, que andava por aquele museu
Com os pés presos ao deslumbramento
Que meus olhos se encantavam e prendiam-se
Eu, que havia finalmente encontrado meu caminho
E ao mesmo me sentia perdida e segura
Por mais que eu respirasse, não era suficienteQuando eu entrei na sala ,
Enxerguei suas pinceladas à distancia.
E eu não sei o que eu pensei no momento
Eu tento, todos os momentos
Recordar, mas é impossivel.Porem eu lembro vivamente
Do arrepio da minha pele
Da corrente eletrica que passava por todo meu corpo
Do ar que não era suficiente
Para interromper a sensação de tontura
Dos pés que não sentiam o chão
Dos braços que abriam o caminho
Entre pessoas, tempos, momentos, sonhos
Até que eu fiquei frente a frenteA pintura de Van Gogh
Eu chorei. Chorei ao ver cada pincelada
Cada cor e cada detalhe
Eu chorei ao tocar na moldura
Porque um dia você, Van Gogh
Tambem a tocou.Eu vi sua dor, a qual eu era acostumada a sentir
Ser transformada em algo mais transcedental
Que ARTE.
Sua obra é mais do que arte para mim.Eu fiquei durante uma hora
Mas parece que eu estive lá
Parada com lágrimas a lavar meu rosto
A vida toda.Eu queria poder te abraçar Van Gogh
Queria poder te abraçar,
Como meu melhor amigo me abraça
Eu queria poder te mostrar que eu não me importo
Nos milhares de cacos caidos no chão
Eu abraçaria sua genialidade
Eu abraçaria sua loucura
Sua alegria fulgaz
Sua dor constante
Seus olhos azuis
E seus cabelos cor de fogo
Que marcaram profundamente
Cada fragmento do meu ser.
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Teorias do Imaginário #Wattys2016
PoetryTeorias do Imaginário é uma coletânea de poemas, contos, sentimentos e sensações. É a tradução do olhar e sentir de alguém acostumado a andar pela linha que divide a fantasia, a realidade e uma dimensão que ainda não tem nome, alguém que fez um pact...