Os mesmos sete anos, mas com outras amizades e a verdade: você nunca me amou.

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Faz uns dias que reencontrei um amigo dos tempos de colégio. Neste dia, eu descobri que ele achava que me amou um dia, mas percebeu o erro dele e decretou: eu nunca amei você de verdade, mas, que ele me dedicou um carinho sincero e singelo por um certo tempo por vontade própria.

Hoje, esse texto é para uma outra pessoa que me disse repetidas vezes: eu te amei.

Mas não em tom de confissão e sim, como acusação.

Deixe-me esclarecer: Você nunca me amou.

Você amava a garota que sorria para todo mundo, aquela, com a piada na ponta da língua e que aprendeu a jogar sinuca e beber cerveja.

Você amava aquela garota que não ligava de ficar na rua jogando papo fora. Que corria contigo porque não tinha maquiagem pra borrar. Aquela que não sabia receber elogios e que falava demais. Brincava demais.

Você amava a Ruth que eu era nos intervalos da minha vida real.

Aquela Ruth que preferia viver como se nada estivesse errado por alguns momentos. É dessa Ruth que vc fala quando me acusa: Eu te amava.

Mas como você pode falar que me amava, se o objeto da sua afeição sequer era real?

Se quando eu confiei partes da minha vida que não era tão alegres assim, você não soube lidar. Preferiu apontar erros. Você preferiu acusar.

Por isso eu repito: você nunca soube como me amar.

Porque eu realmente era tudo aquilo que você conhecia e mais uma parte que você sequer ainda imagina.

Você me acusa em tom grave de nunca ter te dado chance, deixe-me te dizer... Eu te dei, duas vezes. Você desperdiçou.

Na primeira, me acusando de algo que eu não tenho culpa. Amor não se escolhe. Amor acontece.

Na segunda, porque em vez de esperar o tempo de nos conhecermos, porque, como eu disse lá em cima.... Você nunca me conheceu de verdade, nem eu a você, você quis acusar e sair de vítima.

Odeio vítimas. Eu gosto de luta. Gosto de pessoas que sangram, sentem dor, mas permanecem.

Você não quis conhecer a mulher que eu sou, ficou preso a garota que eu nunca fui.

Por isso, querido, aceite. Você nunca me amou. Graças à Deus.

Teorias do Imaginário #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora