Capítulo 19

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|Bésame mucho - João Gilberto|> ∞

ANTES.
Jisung. 14/09/09

*Costa amalfitana, Itália. 🔍

— Bom dia, meninos!— a mamãe abre as cortinas, enchendo meus olhos de luz, o sol mostra que ele acordou e todos seguem seu espírito.

Levanto sonolento, e coloco meus pés pra fora da cama. — Que dia é hoje, Jisung? — ela fala sorridente, abrindo os braços para um possível abraço.

— Meu aniversário, mamãe!— pulo da cama, e abraço minha mãe. Estávamos pousando em um hotel na costa italiana, Amalfi. Voamos para a Itália para realizar meu sonho de comer massa italiana, algo que sou enloquecido por.

— Hoje, nós vamos ir pra praia, então vocês troquem de roupa, e depois encontrem eu e seu pai para comer café da manhã, certo?— ela fala sorridente, passando protetor solar nos braços.

Eu digo que sim, e corro para sacudir Minho, que dormia de boca aberta. — Min! Acorda!— ele abre lentamente os olhos, e resmunga.

— O que foi?— ele fala, levantando e esfregando a mão nos seus olhos. — Nós vamos pra praia hoje!—  eu falo saltitante. — Ah! Parabéns, Jisung. — ele fala me dando um abraço desajeitado e preguiçoso.

— Muito obrigado, Min! — eu o aperto e logo solto — Vamos, Minho! Temos coisas para fazer! — eu falo correndo para o banheiro, para me trocar.

A Itália tem muitos corredores estreitos e muito apertados, principalmente em cidades pequenas e mais velhas, era como se eu estivesse preparado para um ataque de vampiro.

O centro da cidade era íngreme, e se eu corresse ou andasse muito pro lado, seria possível esbarrar em alguém facilmente. Mas quando nos afastamos da cidade, a areia foi se revelando à medida que chegamos à costa.

A areia não era fofa, mas a vista valia a pena. Comemos café em um restaurante da praia, e acredite ou não, eles tinham macarrão.

Logo depois, meus pais pegaram uma mesinha com um garda-sol imenso. Minha mãe me encheu de protetor solar, e encheu Minho mais ainda.

Ri muito dele. E logo depois fomos para a água, a fonte da infância. Minho queria me mostrar o quão bom ele era na natação, e nadou tanto pro fundo, que eu parei de me importar, e fui brincar na areia.

— Ei, você viu o quanto que eu nadei? — sem fôlego, ele saiu da água, arrumando seu cabelo, e se sentando ao meu lado. — Sim, mas você tava longe, então eu vim pra cá. — eu digo, não prestando atenção nele, e construindo um siri de areia.

— Uhm... — ele pega um balde d'água e faz grandes montanhas de areia molhada. — Ji. — ele fala, muito mais interessado nas suas montanhas.

— uhm.. — murmuro, focado no meu siri. — Eu quero ir em algum dia, no Rio de janeiro, dizem que lá tem as melhores praias. — ele me encara.

Minha atenção é atiçada quase imediatamente. — Rio de janeiro! Vamos para lá no verão que vem! — Sorri, assim como Minho.

— Ótima ideia, mas se não der, nós poderíamos ir sozinhos quando formos mais velhos.

— Você só fala isso porque você está com medo de repetir de ano.

— Eu odeio qualquer espécie de cálculo matemático! — ele ri, e eu sorrio.

— Mas sabe, quando ficarmos mais velhos, eu quero ver quem vai nos separar.

— Pode crer! — Ele ergueu a mão, esperando por um high five, e quando virei a cabeça, um pequeno caranguejo estava beliscando o dedo dele.

Eu dou um gritinho, e ele sente o peso do mini caranguejinho, e sacode a mão, para se livrar dele. O bichinho sai desorientado, sendo levado por uma onda.

Minho me abraçava que nem um bebezinho, e se soltou logo em seguida. Começo a rir — Nem tem graça, seu bobo!— ele me xinga superficialmente, porque ele também estava rindo.

Minha mãe nos chama para comer um lanche.

— Ei, amor, vai entrar na água? — meu pai perguntou à minha mãe — Uhm.. Depois, vai que tem bicho. — meu pai bufa e revira os olhos.

— Já sei, eu vou até aonde as ondas vão, pra te provar que não tem nada de mal. — ele fala indo até a água. Um adendo, minha mãe tem medo de oceano e afins.

Ele para ali, coloca as mãos na cintura, segurando um sanduíche com uma. — É, amor, acho que tá tudo bem.— quando ele fala isso, não dá nem 5 segundos, um cachorro rouba seu sanduíche, e sai correndo.

Meu pai por algum motivo, saiu correndo atrás do cachorro. Ele perdeu seus chinelos, e quando o cachorro largou o sanduíche, ele pega mesmo assim, e coloca as mãos na cabeça quando percebe que ele perdeu seus chinelos com as ondas.

Nós rimos, até doer a barriga. Ele sai em uma missão de achar seus chinelos, e quando os acha, ele pula comemorando na água, e salpica água por todo o rosto.

Ele se aproximou da nossa mesa — O pior foi que o cachorro nem tinha dentes.— ele diz e ri. Nós rimos ainda mais quando ele fala isso.

E quando o sol se despede, espalhando sua cor mesclada com a da noite, o mar se torna mais sereno, e o clima dourado toma posse. A pele úmida, grudenta, e bronzeada, já cansada de brincar a tarde inteira.

— Jisung~ — Lee chega atrás de mim, e me cutuca na cintura. Seguro um grito de susto, e me viro irritado, prestes a atacar ele.

Mas me torno manso quando vejo ele com um sorrisão, segurando um potinho, com os cabelos lambidos pra trás de um jeito bagunçado.

— Que foi?— olho confuso, suspirando pela vista, ele sendo perfeito com a luz dourada do sol, irradiando a pele dele.

— Eu tive uma ideia, já que nós não vamos viajar sozinhos agora, vamos eternizar essa viagem?— os olhos dele nem tremiam, com aquele brilho constante.

Eu aceito com a cabeça, e um sorriso tímido. Ele me puxa pela mão, e corre pela areia, enquanto o vento passava entre os nosso cabelos, dando aquela sensação de vida.

Ele coloca areia e alguns outros fragmentos de conchas no frasco, e me mostra orgulhoso. — Agora tá eternizado!— ele tampa com uma rolha e enrosca ela com um anzol enferrujado.

— Onde você achou isso?— ele bufa e revira os olhos — No meio do seu siri de areia. — Eu suspiro — Você destruiu o Sebastião?—

— Não! Ele se desmanchou com a água, e por quê o nome dele é do caranguejo da Ariel? — ele cruza os braços.

— Irrelevante.— eu encolhi os ombros, e ele ri. Eu estava olhando pro chão, e eu reconheci no meio de umas rochas no final da praia, uma concha brilhante.

Eu chamo o Minho para ver, e quando chegamos ele pisa em algo crocante — Jisung. Tira do meu pé.— ele fecha os olhos. Havia pisado em uma ostra já apodrecida.

Eu me ajoelho e pego — Ei, eu escutei esses dias que as ostras tem pérolas no seu interior.— eu falo e olho pra cima, e ele ajoelha depois.

— É feita das impurezas do oceano que chegam no organismo dela, e mesmo assim vira uma gema linda e brilhante...— eu abro ela, e passo o dedo para tentar sentir a esfera.

Eu sinto algo redondo, e retiro com um corte na sua pele — Você é tipo ela, mesmo passando por tantos obstáculos ou vivendo impurezas, você é lindo e brilhante. — eu mostro uma linda pérola dourada.

Ele revela um sorriso pequeno, me olhando sorridente. — Você é lindo.— ele fala isso com o olhar enigmático de sempre, a luz dourada ressaltando todas suas qualidades.

Ele fecha o meu punho com a bolinha, e a beija. É um gesto cativante, e ele sempre foi de beijos pelo incrível que pareça.

A noite desce e voltamos pra o hotel, e a vida volta a ser cotidiana quando voltamos para Seul. Mas esta sempre será a melhor viagem que eu e Minho já fizemos.

Ah, e pra constar, nós nunca fomos para o Rio de janeiro...

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⏰ Última atualização: Aug 20 ⏰

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