Capítulo 14

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<|Glimpse of us – Joji|>∞

DEPOIS.
Jisung. 18/03/23

Depois da desastrosa tentativa de um possível reencontro com Minho, eu fiquei toda noite em claro, planejando o evento.

Não consigo me conter, sou ansioso. Eu consegui um novo organizador, mas ele só fez tudo por mim, todas as ideias saíram da minha cabeça.

Ficou tudo tão chique, tudo brilhante pelas luminárias, mantendo o ambiente acolhedor com as luzes baixas.

Tinha dois cômodos; o escarlate, que era para a música e os convidados. E o cômodo verde-petróleo, era pequeno comparado ao escarlate, mas era mais iluminado, era ali que as pessoas comeriam.

Estava tudo pronto; música, mesas, cardápio, trajes sugeridos, e até as danças que foram programadas para o palco, o que eu acho uma baboseira.

As músicas eram as melhores na minha opinião: Sade, Frank Sinatra, e os gênios do MPB. O evento seria um dos mais bonitos que eu já planejei.

Eu já tinha me trocado há tanto tempo, por causa que fiquei ajudando e regulando o pobre organizador. Já era quase 7 da noite, e eu ansioso, quis ler mais papelada.

Tudo tão chato... Queria ter outro meio de me distrair, mas esqueci meu telefone em casa. Queria parecer sério, e coloco meus óculos.

— Chefe — fala Hyunjin pela fresta da porta, só com o olho me bisbilhotando. Eu já estava ficando tão entendiado, que precisava de um estímulo para continuar.

— Entra..?— eu falo. Hyunjin entra e se senta na velocidade da luz. Eu empurro minhas coisas para o lado, e solto minha caneta.

— Jisung, o evento tá um bafo!

— Mas tem ar-condicionado por toda a parte!— eu respondo rispidamente, sem nem captar a gíria.

— Ai, eu vou parar de falar na língua dos gays contigo, sinceramente.— ele revira os olhos, e bate na mesa.

— Enfim, queria saber por quê o evento tá tão requintado, me senti nauseado de tanto capricho.

Eu sorrio lisonjeado — Fico feliz que tenha gostado, e esse eventos normalmente são mais formais.— o Hyunjin me olha torto.

— Vou fingir demência...

— Ih, qual é?

— Ah, nada não, vou ficar quieto.

— Que foi?

— O velhinho...— eu corto a frase dele com uma tossida forçada, ele aponta para mim e ri.

— Eu sabia que tinha algo nisso!— eu já desisti de tentar, Hyunjin sabia disso mesmo assim, e por um milagre ele não falou nada pra ninguém.

— Jisung, o que foi falado aqui não sai daqui, desembucha!— ele une as mãos, e me olha com a cara pidona.

— Ele era um amigo, muito, muito especial, ele literalmente cresceu comigo.— Hyunjin me olha com suspeita.

— Especial, hein?— ele abre um sorriso. Eu reviro meus olhos, e sorrio logo depois. Escondo meu rosto, por baixo dos óculos.

— Muito...— eu murmuro, envergonhadamente sorrio por baixo das minhas palmas.

— Então, você teve vários momentos especiais com ele, uhm?— eu tiro as mãos da minha cara, para encarar aquele meliante com meus próprios olhos.

— Já deu, eu não te devo nenhuma satisfação. — eu tiro meus óculos, e abano ele para fora da minha sala, ao menos tento.

— Pera! Eu quero saber se vocês têm essa relação especial até hoje!— ele fica de pé, e com o joelho na cadeira.

Eu queria dar uma choradinha, só de lembrar que ele já não é tão especial como ele era. Depois de tanto tempo exilado, estou chegando muito perto.

— Nem tanto... Nosso reencontro foi inesperado, mas eu não estou reclamando, se você me entende.— eu mordo meu dedo, e faço pose.

— Ai, Como eu amo seu lado selvagem! Pisou muito.— Hyunjin bate palma, e me gira. Faz um tempo que eu não ajo como um amigo com Hyunjin.

A porta se abre, e a secretária inquieta fala com Hyunjin — Hyunjin! O telefone tá tocando há um tempo desnecessariamente longo! Atende!— ela ergue o telefone, com um toque engraçado.

— Aff menina, depois disso eu vou te bloquear, beijos— ele arranca o telefone da mão da garota, fecha a porta na cara dela, ela não se perturba, e sai.

Ele atende o celular — Alô, aqui quem fala é Hwang Hyunjin, como posso ajudar?— ele engrossa a voz, e até parece que ele era dedicado com o trabalho dele.

Ele escuta em silêncio alguém, e franze as sobrancelhas — Ah, tu é gay?— Ele diz com uma voz estridente, bem viado. Eu tapo minha cara para que não escutem minha risada.

Ele concorda com a cabeça, com a cara confusa, eu chacoalho minha cabeça, malmente tapando minha risada.

— Olha, pelo que eu sei, qualquer diversidade de casais no evento é permitida, não iremos discriminar vocês, e nem temos direito disso, por isso se seu par é do mesmo segmento que você, não é de nosso alcance negar os senhores.—

Ele falou como um verdadeiro trabalhador, daqueles cuja vida gira em torno de seu trabalho, ele falou como se não estivéssemos rindo muito há dois segundos.

— Imagina, merece, Senhor Lee, até.— ele sorri e desliga vagarosamente. Ele termina a ligação e me olha com dúvida.

— A gente aceita gays?

— Óbvio, nós somos.

A gente pareceu duas hienas, de tanto rir. — Não, mas agora de verdade, o que foi sobre essa ligação?— eu me sento de novo na minha cadeira, e boto os óculos novamente.

— Sei lá, mas um cara ligou para perguntar sobre seu par, e ele tem a voz parecendo que tinha fumado umas três caixinhas de cigarro, chegou a arrepiar minha orelha— Hyunjin passa a mão no braço.

Essa descrição tocou um sino na minha cabeça, mas eu ainda não tinha ideia de quem seria, mas a curiosidade falou mais alto.

— Por que? Tipo, ele é gay mesmo?

— Ele deu uma risadinha, e disse que ele iria com o amigo dele, e chamou o cara de solitário e solteiro.

— Amei.. Qual é o nome dele? Nós precisamos ter um gay a mais na comunidade — eu jogo meus braços sobre a mesa.

— Lee Yongbok , tocou um sino?

Eu tento pensar, mas eu não consigo pensar em nenhum Yongbok que eu provavelmente tenha conhecido, mas seria um prazer conhecer.

— Tá enfim, tchau — eu baixo minha cabeça, e começo a ler tudo desde o início. Hyunjin sai sem dizer mais nada, e acaba por aí.

Continuo esperando que o tempo incontável acabe, e para que eu possa ver ele de novo. Dessa vez espero que ele não fuja de novo.

Amor É Um Verbo ~ [minsung]☆Onde histórias criam vida. Descubra agora