Capítulo 11

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DEPOIS
Minho. 17/03/23

Eu olho para a janela do carro. Grandes prédios, carros, caminhões e árvores pequeninas. Agora, eu estou indo para o cemitério, ver os meus pais.

Joonghae e Hina estão lá, e devem estar sozinhos. Nunca vi todos os Han em um só lugar, algum sempre tem que faltar. Normalmente, só sou eu e Hina para ver eles.

A ideia que os meus pais estão bem, me conforta. Eles estão enterrados com os meus avós, que nunca cheguei a conhecer. É uma pena que eles tenham morrido jovens.

As famílias eram amigas, e meus pais sempre estavam junto. Nunca soube nada da família Han, e também nunca quis saber, talvez se quisesse, eu teria mais tempo com todos.

Fui ignorante, mas já passou, e me sinto mais leve. Quando cheguei, começou a chover, e não me importei de molhar o meu terno, seria mais uma desculpa para não ir pro trabalho.

Eu chego no túmulo do meu pai, mandei um beijo pra ele e rezei. Tenho medo de tocar no meu túmulo, medo de morrer também. Eu mostro a língua pro meu túmulo, com nada dentro, e rezo pra minha mãe.

Eu mando um beijo para os dois, e olho para o lugar das urnas, e eu vejo Hina sentada no chão junto com... Alguém. Joonghae estava de pé vendo eles com um sorriso.

O cara era moreno e parecia adulto, o moreno estava de costas pra mim. Ele pega um bolinho de arroz, e seu perfil de lado era muito reconhecível. Ele olha para a chuva, e eu vejo todo seu rosto.

— Jisung?

Eu sussurro pra mim mesmo. Meu coração congela junto com o meu estômago. Mesmo depois de tanto negar a existência dele, ele aparece pra mim.

Ele estava tão adulto, não queria que ele crescesse. Não sei por quê, mas eu realmente pensei que eu encontraria o Jisung de treze anos.

Ele pega o celular dele, e ele pede licença em algum lugar, indo até um pilar ou algo assim. Quando ele levanta, eu tenho vontade de ir até lá.

Eu fui lá, e eu completamente esqueci de Hina e Joonghae. Eu mudo de foco, e sorrio quando vejo eles.

— Ah, aqui está o Lee! Olá, Minho.— Joonghae fala me abraçando, eu sorrio, e me sento no chão junto com Hina.

— Eu trouxe frutas pra vocês, como sempre— eu falo educadamente, oferecendo a cesta para Hina, ela sorri e vasculha a cesta com os olhos.

— Nossa! Quanta coisa! Obrigada por ter tido o esforço de trazer isso, e ver vindo, Minho. — Hina fala, e segura minhas mãos.

— Imagina, nem trouxe muita coisa...— eu acaricio as mãos dela. Eu vejo Jisung pela visão periférica, com a expressão surpresa, parecendo de choque.

Eu não quero me encontrar com ele agora, queria deixar pra depois. Eu joguei isso pro universo, e agora aconteceu. Falando em jogar coisas pro universo, meu telefone toca.

Era Felix. Hina estava me secando com um paninho, porque eu estava completamente encharcado. Eu olho pra Joonghae, e ele balança a cabeça.

— Pode atender, Minho, se precisar sair, nós estaremos vendo você.— ele sorri dengoso pra mim, eu peço licença, e dou meu tchau.

Eu saio rapidinho, protegendo minha cara da chuva com o braço. Eu atendo.

— Sr. Lee? Alô?— ele fala. Eu chego ao meu carro no estacionamento. — Oi? Felix? Tá chovendo aqui, estava difícil de te escutar.— eu falo olhando pro céu.

— Ah, tá certo. Minho você assinou a papelada de ocorrência?

— Ops, não, já estou voltando.

— Ah, não precisava, mas pode vir. Como foi?

— Ah...— Eu dou uma risadinha, por lembrar do Jisung. Falando de tal, ele estava ali na entrada do cemitério, molhado.

Eu tento desfarçar o meu sorriso quando vejo ele, mas ele quase se revelou, então eu entrei pra dentro do carro, e comecei a sorrir igual um idiota.

Eu sei que pareci meio arrogante ou ignorante, mas eu queria ter a decisão de me encontrar com ele, e eu tive essa opção.

Quis esperar, para eu me preparar, porque agora, foi uma coincidência. Ou não?

Amor É Um Verbo ~ [minsung]☆Onde histórias criam vida. Descubra agora