Capítulo 13

108 61 43
                                    

A mãe de Antonella estava a esperando acordada, tricotando no sofá. Parecia surpresa ao me ver entrando em sua casa e a cumprimentando.

     – Oi, meu amor – O senhor Brunet disse baixinho, a beijando na bochecha. – Já que está bem tarde, o convidei para dormir aqui. Tudo bem?

     – Sim – Ela respondeu. – Os pais dele sabem?

     – Falaram que estava tudo bem se ele voltasse amanhã.

     A mãe de Tony olhou para mim. Percebi um tom mínimo de desconfiança e estranhamento por parte dela, mas o mesmo parecia estar cedendo.

     – Tudo bem. Estão com fome?

     – Não, muito obrigado – Sorri.

     – Eu vou comer um pouco de sorvete antes de ir para a cama. Aceita, Jac?

     Dei de ombros.

     – Pode ser.

     – É de baunilha, mas se quiser, podemos colocar alguns morangos.

     Abri um sorrisinho.

     Dito e feito. Piquei alguns morangos na tabua de corte, coloquei os pedacinhos em um copo e tentei amassa-los. A cozinha não tinha nem a metade do tamanho da minha, mas havia alguma coisa nela que a fazia ser especial.

     Haviam fotos grudadas com imãs na geladeira, e uma delas sempre me chamava a atenção: os pais de Tony sorriam abraçados a ela e ao seu irmão mais velho, Louis. Ele parecia ser um cara muito divertido.

     Enquanto eu improvisava uma calda de morango, ela pediu licença e foi para a sala. De lá, escutei algumas vozes, mas não entendi o que diziam. Na verdade, nem queria saber o assunto da vez, apenas lavar a louça que eu tinha sujado.

     Montei minha sobremesa e permaneci na cozinha, encarando o sorvete que Tony havia deixado para trás enquanto tomava o meu. Os lírios estavam em um vaso no centro da mesa, e sorri ao lembrar do semblante dela quando tinha me visto segurando eles.

     Me peguei pensando naquele beijo. Se eu tivesse pedido, ela realmente iria concordar ou acharia cedo demais? Naquela altura, já nos conhecíamos a um certo tempo, mas isso não dizia que Antonella estava pronta.

     Ela entrou pela porta da cozinha e se sentou à minha frente.

     – Está gostando? – Perguntou.

     – Bastante – Sorri.

     Tony deu uma colherada em seu sorvete.

     – Fico feliz, Jac.

     Nós dois ficamos em silêncio durante alguns segundos.

     – Meus pais acharam umas roupas do Louis que ele deixou aqui porque não usava – Ela disse. – Talvez te sirvam. Bem... dormir de terno é o que não dá, não é?

     – Tem razão – Ri.

     Depois de alguns minutos, fui experimentar um pijama do irmão de Tony. Na verdade, era só um short, pois eu estava usando uma t-shirt por baixo da camisa. Como o cós dele era regulável, amarrei a cordinha de jeito que ficasse de um bom tamanho. Também ajudei os pais dela a arrumarem um colchão no chão da sala para mim enquanto ela tomava banho.

𝐆𝐋𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐄𝐌 𝐂𝐇𝐀𝐌𝐀𝐒 | Fórmula 1 [EM HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora