𝒂𝒑𝒂𝒊𝒙𝒐𝒏𝒂𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒓 𝒖𝒎 𝒑𝒐𝒍𝒊𝒕𝒊𝒄𝒐 • 𝐉𝐨𝐚̃𝐨 𝐂𝐚𝐦𝐩𝐨𝐬

*capítulo 4*📨

Uma semana se passou desde a entrevista com o João. Nada mudou.. não sei se ele conseguiu sua assistente e secretaria pessoal.. mas não quero pensar muito nisso..

Faz algum tempo que entrei pra faculdade. Eu me senti deslocada entre as pessoas de primeiro, mas aos poucos estou me adaptando. Fiz duas novas amigas. A Billie e a Miki.

Nesse momento estou voltando para casa. Depois de um dia cansativo.

- oi, oi boa noite. -chego falando com meu pai e minha mãe.

- boa noite. - meu pai responde secamente.

Fico preocupada mais não digo nada.

Subo para o quarto e tomo meu banho..

- toc, toc.

- pode entrar. -digo.

Meu pai entra pela porta.

- podemos conversar?

-sim.

- bom, s/n, você sabe que eu achava melhor você ficar com o emprego lá da prefeitura né? Do que essa faculdade.

- paai!

- s/n, é um emprego bom. Você terá reconhecimento.

- pai já se passaram uma semana. O João já deve ter encontrado alguém.

- você é uma ingrata, sabia?

Me sinto ofendida.

Vim de tão longe para cuidar deles e ele me diz isso?

- aparece uma oportunidade grandiosa de emprego e você descarta. Preferindo essa faculdade aí.

- PRIMEIRO que não é apenas uma faculdade. É o meu sonho. E SEGUNDO: porque sou ingrata? Porque deixei de desfilar como modelo e trazer dinheiro para casa? Porque eu não quis trabalhar e sim me formar na profissão dos meus sonhos? Papai, quando você vai aprender que isso não se trata de você. É de mim.

- continua sendo uma ingrata. Pensei que escolheria o caminho certo. Iria pela fama, experiência, dinheiro.

Não sei de onde tirei coragem pra falar tal coisa, mais disse.

- não sou como você. Não sou gananciosa.

Ele me olhou como se tivesse ofendido e incrédulo.

- deveria te escolhido o emprego. Ou então nunca ter saído de nova York.

- voce nunca esteve aqui quando eu realmente precisei. Quando eu precisei do seu apoio, do meu pai.

Não consigo falar mais nada, só as lágrimas em meu rosto falam por si.

Ele apenas sai sem dizer mais uma palavra..

E eu fico só, em silêncio, apenas comigo mesma. Sentindo as lágrimas aos poucos escorrer.

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O dia amanhece em Recife, e eu me acordo mais cedo que o normal, já que hoje não tem faculdade. Vou sair um pouco, não quero estar aqui quando meu pai ou minha mãe acordarem. Não quero ter que ficar dando explicações sobre alguém que ela já conhece bem.

Ponho um tênis e saio para caminhar.
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-Nossa, já são 8:40, as horas passaram rápido.. -falei comigo mesma.

Me desespero só de pensar em voltar para casa. Não queria falar ou olhar para meu pai depois de ontem.

Volto a caminhar retraída em pensamentos enquanto passo pela rua da concórdia, que fica por perto.

Mais bato em algo. Ou em alguém.

- au! - digo passando a mão na testa. Você é cego?

Mais logo me arrependo de ter dito isso.

- voce?

- você? Você lembra de mim?

- desculpe, estou apressado para uma reunião, não queria esbarrar em você.

Percebi que João estava com alguns seguranças.

Ele me ajuda a se recompor.

- desculpe por ter te chamado de cego- gesticulo.

- só porque é você eu perdoo. Se não, iria te processar por xingar seu prefeito.

- ah é? Mais foi voce que esbarrou em mim.. e meu prefeito é?

Ele apenas ri e eu me sinto leve.

- é.. como está indo na faculdade? Não deveria estar lá?

- é, mais hoje não teve. E.. acho que está indo bem..

Eu lembro do que meu pai disse e mudo o semblante.

- está tudo bem?

- está, está, você pelo visto está atrasado. Melhor ir, Sr. Marrentinho.

- ei! É porque ainda não tenho uma boa secretaria.

Ele fala e sai simplesmente assim. Me deixando sozinha comigo mesma e levando sua cavalaria junto.

Entendi, ele estava gravando mostrando mais uma Reforma da prefeitura aqui nessa rua. Uau.

Em todo caminho para casa eu penso seriamente no que ele disse e me sinto feliz por ter encontrado com ele e ele ter lembrado de mim. Mas também penso no meu pai. Talvez trabalhar com João Campos não seja tão difícil assim.