Merda!

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Joseph

Me sento na mesa ao lado de Clarita, sempre tomamos café juntos, ou melhor, tentamos.
Hoje estou só eu Clarita e minha mãe.
Meu pai deve estar tentando colar a cabeça de Axel no corpo novamente, tentando anular o que fiz.
Ryan saiu furioso da boate ontem, a aliança está oficialmente desfeita e eu estou muito feliz por isso, eu odeio a aquela família.

Corto um pedaço do bolo de coco, o meu favorito, Clarita sabe disso.
Começo a comer, até ouvir minha mãe gritar com os olhos encharcados.

- Mataram o seu pai!- Ela gritou e levantou andando de um lado para o outro, desesperada.

- Que merda? Como assim.- minha voz soa tranquila.

- Mataram o Ramon Joseph.- Ela me mostra o celular. -

Na foto meu pai está estirado no chão, seu pescoço tem um corte enorme.
Minha mãe está desesperada e Clarita chorando.

Abraço minha mãe e sinto ela desmanchar nos meus braços, sua alma caindo lentamente no chão, seus olhos são pura tristeza e desespero.
Sei que agora Tessa nunca mais vai ser a mesma.

- Por favor Joseph, descubra quem foi o escroto que fez isso.- Ela diz em meio a soluços desesperados.

- Eu prometo mama.- Abraço ela ainda mais forte e fico ali com ela esperando ela estar pronta para me soltar.

[...]

Nossa reunião começou tem meia hora, e até agora ninguém tem ideia de quem tenha sido o vagabundo que matou o meu pai.
Nada além de palpites e especulações.
Simon não para de falar ao telefone, tentando descobrir algo.
Anthony esta tentando segurar o choro, ele era o braço direito do meu pai, o melhor amigo.
Cada um que está aqui viveu com meu pai, fez missões com ele, meu pai fará falta na vida de todos aqui.

- Pode ter sido Ryan, com raiva por você ter matado o filho dele. Ele pode ter usado Ramon pra se vingar.- Hilal diz.

- Acho que não, - Simon larga o telefone e se levanta do sofá. - recebi uma ligação, a pessoa não disse quem era, apenas disse que precisava fazer isso, a voz foi alterada por algum programa.

- Caralho!- Anthony grita, fecha os punhos e bate na mesa - Quem quer que seja esse filho da puta, eu vou até no inferno buscá-lo e sem ele eu não volto.

- Peça para que analisem a ligação e tentem rastrear ou descobrir que programa a pessoa usou e como faz para desativá-lo.- Digo

- Você está muito calmo pra quem acabou de perder o pai.- Anthony diz.

- Preciso matar quem fez isso, depois eu choro.

Passo pela porta e me sento ao lado de Malcon de frente ao computador.

- Você não vai acreditar, Joseph.

- Fala logo.

- Fiz o reconhecimento, é a Sarah Martins.

Estou incrédulo, sinto minhas mãos tremerem e meus olhos lacrimejando.
Sarah? Depois de cinco anos resolveu me aparecer matando meu pai?

Minha mãe está furiosa, tagarelando tudo o que vai fazer quando pegar Sarah.
Eu mal consigo ouvi-la, só consigo pensar em Sarah, viva.

Estão procurando ela por toda a Rússia.
E ainda não acharam nada, ela com certeza está usando documentos falsos, até porque os dela foram desativados do sistema quando ela desapareceu do mapa.
Ela tinha um plano, sumir
E fez isso muito bem.
Mas por qual motivo matar meu pai? Dizer que precisava matar?

Oliver abre a porta.

- Ana aceitou, sei que não é hora de dizer isso, mas ela aceitou.- ele coçou a cabeça. - Não sei se posso trazê-la pra cá nesse momento.

- Traga ela, deixe ela se acomodar na minha casa, eu preciso resolver as coisas por aqui primeiro, depois eu penso em me casar.

- Joseph, existe alguma possibilidade de você voltar pra Sarah assim que ela disser que se arrepende de ter matado seu pai depois de sumir por cinco anos?

- Nunca.- Me levanto e me aproximo de Oliver. - Não deixe Ana esperando, diga que teremos uma reunião para combinar tudo, apresente a casa, mercados sei lá, mantenha ela ocupada para não pensar em desistir.

- Ela não vai resistir. Mas eu preciso ter certeza de que ela não vai precisar voltar pra cidade de merda dela daqui alguns dias porque você decidiu que a bonitinha da Sarah merece uma segunda chance.

- Sai Oliver. - aceno para fora da sala e seguro a porta.

Ele sai.
Não sei se eu voltaria para Sarah, depois de tantos anos ela precisaria de uma história muito boa para me convencer que não me fez sofrer por diversão, ou para me convencer que não estava com outro e resolveu fugir.
Ainda não consigo acreditar que ela matou meu pai, preciso vê-la, preciso que ela diga o motivo. Minha mãe vai matar Sarah assim que puder chegar perto.
Preciso tentar conversar com ela antes que minha mãe.

Marcamos o enterro do meu pai para Sábado.

Minha mãe implorou para que nós marcassemos no sábado, ela quer ter tempo para organizar a própria cabeça e conseguir se despedir.

Eu a entendo, também não estou bem
Meu pai pode ter sido o maior escroto que já convivi, mas nunca desejei sua morte.
Eu imaginei que meu pai veria meu enterro.

Minha mãe deixou Liesel com Clarita e foi para uma casa que temos numa área afastada da cidade, fica numa área rural, ela disse que precisava ficar sozinha.


- Notícia nova Joseph, Sarah agiu com seu irmão Bryan, ela foi quem matou, seu irmão planejou.
Simon diz se sentando ao meu lado.

- Bryan? Eu disse que devia matar ele, mas todo mundo me ignora. - Cruzo os braços. - Tá esperando o que? Traga Sarah e Bryan, vou matar os dois na frente da minha mama.

- Sabemos onde eles estão, mas acho que você vai gostar de ajudar.

Você Me Consome ( EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora