joseph Koriv 2.0

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Joseph.

A viagem está sendo longa e chata.
Duas longas horas já se passaram e meu pai não para de falar o quão importante isso é.
Minha mãe não disse nada até agora, ela apenas me olha pelo retrovisor.

- Estamos quase chegando, conheça Irbene!- Ele diz assim que passamos por uma placa de boas vindas.

A cidade é quase deserta, as casas são pequenas e todas estão sujas e manchadas, quanto mais nós adentramos para o centro da cidade fica pior, aqui é muito diferente do que ele disse, tem cheiro de esgoto, é horrível.

- Você mentiu?- Pergunto e a expressão de Ramon muda, agora ele está sério.

- Sinto muito, Joseph. Mas aqui, você vai ficar não por alguns dias e sim por alguns anos, e não, aqui não é um internato e sim uma academia.

- Mas eu já estudo.

- Bem, eu não vou explicar nada, você vai ver quando chegarmos.- Ele se calou e depois disso só falou trinta minutos depois.

- Chegamos!- Vi os olhos da minha mãe encherem e transbordar.

- O que foi mama?- pergunto preocupado.

Meu pai encara ela e leva sua mão até seu rosto, ele seca as lágrimas e se vira para trás olhando para mim.

- Vamos Joseph.-

Saímos do carro e meu pai pegou minha mochila, me entregou e me disse para continuar caminhando.

Os portões eram enormes e havia vários homens que o vigiava.
O

clima era pesado e continuava parecendo um deserto
A poeira era visível no ar.

Eu olhei para trás e decidi que não iria ficar ali, comecei a caminhar de volta e aqueles homens vieram até mim.

- Filho não!- meu pai disse e aqueles homens me agarraram, eu comecei a me debater, gritar.

Minha mãe chorava incansávelmente e meu pai apenas encarava a situação, eles estavam no mínimo à vinte metros de distância de mim, mas parecia muito mais.

Eu estava com medo e não parei de tentar fugir, até ver minha mãe parar de chorar e meu pai abraçá-la.

Ela desistiu.

Ver ela parar de chorar me fez desistir de lutar, foi doloroso, mas eu tive que parar ou eles usariam mais força.

[...]

Já fazem dois meses que estou aqui e eu só sofri.
Câmaras de gelo, jaulas e quartos do pânico.
Surras por não entender o que era pra fazer e por não conseguir fazer.

O Asher esta sempre nos xingando e batendo em todos nós sem nenhum motivo, ficar sozinho aqui sem ajuda está me corroendo por dentro, e uma das piores coisas aqui além da tortura é a fome, ficamos três dias sem comer e quando comemos é apenas pão água e algumas cenouras.
Nenhuma refeição aqui é completa e isso está me destruindo.

Enquanto ando no pátio indo em direção ao banheiro Spencer esbarra em mim.

- Ei! Qual o seu problema?- me viro para ele e e grito novamente.

-Qual é o seu? Chegou agora e já quer briga?- Ele grita de volta e se aproxima.

Eu estava preparado para brigar.

- Você tá sempre esbarrando em mim quando eu passo, o problema é seu!- Digo e caminho em sua direção.

Ele não retruca.

Senti os socos acertarem meu rosto e os gritos ecoaram.

"Briga, briga!!".

Eu não me lembro o que aconteceu depois do terceiro soco, eu acordei no outro dia.

Você Me Consome ( EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora