XXVIII. Elain

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Eu me sentei ao lado de Nesta enquanto acariciava as costas dela enquanto ela chorava com as mãos tampando o rosto.

Azriel mudou o peso do corpo de uma perna para a outra, parecendo nervoso. Feyre então pousou na varanda e entrou na sala, franzindo a testa.

Nós duas trocamos um rápido olhar, um de preocupação e tristeza. Nunca havíamos visto Nesta chorando assim.

— Nes? — murmurou minha irmã mais nova, sentando ao lado da nossa irmã mais velha que não olhava para ninguém.

— Você precisa descansar, Nes. — eu falei, vendo Lucien voltando para a sala, me indicando que o quarto que ele preparou para ela estava pronto. — Lucien terminou de arrumar o seu quarto, vamos lá. Você precisa deitar um pouco.

Ela assentiu e tirou as mãos do rosto, e eu vi como ela parecia quebrada e frágil. Ela começou a andar fingindo como se não tivesse acabado de chorar no meu sofá a poucos segundos.

Coloquei uma mão nas costas dela, tentando confortar ela enquanto a conduzia pelos corredores da mansão. Deixei Feyre e Azriel na sala e Lucien seguiu andando na nossa frente.

Assim que paramos no quarto que estava feito para ela, Lucien ficou no corredor, me dando privacidade para falar com a minha irmã. Fechei a porta enquanto esperava ela se deitar pacientemente. Nesta me olhou com uma certa vergonha, tímida até.

— Eu prometo que logo irei embora, não quero dar trabalho para vocês e– —

Interrompi minha irmã, beijando a testa dela enquanto ajustava as cobertas nela. — Fique o tempo que precisar. Dias, semanas, meses ou anos. Não quero que você volte a morar com ele só porque não quer dar trabalho. Você é minha irmã e sempre será bem vinda aqui.

Ela me olhou com mais lágrimas nos olhos, assentindo. — Leve o tempo que você precisa para se recuperar, Nes. Durma bem. — falei e sai do quarto, deixando ela dormir um pouco.

Lucien me olhou com compreensão e segurou a minha mão enquanto nós dois voltava para a sala, vendo apenas a Feyre ali.

— Az voltou para a Corte Noturna. — me disse antes mesmo que eu perguntasse. Ela ficou em pé, e pude ver sutis filetes de marca de lágrimas. — Como ela está?

Lambi meus lábios e olhei para Lucien que rapidamente entendeu meu olhar, me beijou na têmpora antes de murmurar falando que ia fazer um chá para nós.

Olhei para Feyre e suspirei. — Quebrada. Vulnerável. Magoada. O que você achar melhor. Você viu ela aqui, viu como ela estava. — me sentei em uma poltrona, tamborilando os meus dedos contra o braço estofado.

Ela assentiu e se sentou no sofá mais uma vez, suas mãos mexendo no seu cabelo ansiosamente. — O que houve, Feyre? Ela não quis me contar e eu não a impressionei.

— Cassian e ela discutiram. Estavam eles e Rhys em casa e então quando cheguei, Rhys e ela estavam discutindo enquanto Cassian assistia. E depois de mais uma discussão, ela simplesmente falou que não aguentava mais o relacionamento deles e como precisava de um tempo. — ela disse baixinho, como se falasse mais alto, Nesta escutaria e teria uma outra crise.

Eu balancei minha cabeça e passei uma mão no meu rosto, deixando ela cair para o meu colo. — Acho que será bom para ela ficar um tempo longe dele.

— Ela está grávida, Elain. — ela começou, se sentando mais ereta. — Cassian tem direito e deve estar presente durante a gravidez.

— Ele não tem mais esse direito a partir do momento que deixou um macho ficar discutindo e gritando com a sua parceira, ainda mais com ela grávida. — rebati.

A Court of Lies and Cruel TruthsOnde histórias criam vida. Descubra agora