XXXIII. Feyre

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Eu olhei para a minha família, Gwyn estava segurando Odelia sentada em uma poltrona; Nyx do lado dela, olhando curioso para minha sobrinha; Zyon estava em pé, correndo em pequenos círculos ao redor do Az, tentando pegar as sombras dele.

Cassian e Nesta sentados juntos no mesmo sofá, ele vez ou outra beijava a cabeça dela, sorrindo carinhoso; Elain estava na cozinha, com Nuala, Cerridwen e Lucien; Morrigan e Amren sentadas uma do lado da outra em um sofá de dois lugares, falando sobre jóias.

E então meu parceiro, sentado em uma poltrona que logo me puxou para o colo dele, beijando o meu ombro.

— No que está pensando? — murmurou contra a pele do meu ombro, dando pequenos beijos ali depois.

— Em muitas coisas. — respondi, pensativa.

Ele me olhou curioso e antes que pudesse perguntar, Elain surgiu da cozinha, dizendo que o jantar estava pronto. Logo, todos nós nos levantamos e fomos até a mesa, a boca salivando diante da farta mesa de alimentos.

— Antes de a gente começar a comer, quero fazer um pequeno discurso. — falei, atraindo a atenção de todos. Eu sorri suavemente, olhando para cada um. — quero primeiro agradecer ao Círculo Íntimo por ter me acolhido como da família. Agradecer ao meu parceiro por ter me salvado quando eu mais precisava e por me ter dado meus lindos filhos. Agradecer as minhas irmãs, por terem me falado a verdade. E agradecer Lucien, que foi o meu primeiro amigo genuíno aqui em Prythian e eu nunca reconheci isso.

Eu segurei o meu riso, vendo todos e até mesmo Lucien me olhando com o queixo caído enquanto Elain sorriu após se recompor e beijou a bochecha do parceiro. Lucien piscou algumas vezes antes de limpar a garganta, ainda um pouco surpreso.

— Não precisa agradecer, Feyre. — ele disse, sorrindo suavemente.

Rhys limpou a garganta, beijando a minha têmpora. — Bem, fico feliz em ouvir seus agradecimentos, querida. Mas todos aqui são seus amigos também.

Eu balancei a cabeça, olhando para o meu parceiro. — Não, Rhys. Eles são os seus amigos. Que viraram meus amigos e a minha família. Mas não se preocupe, agora tenho os meus próprios amigos.

Rhys piscou, surpreso. Ninguém mais dizia nada, apenas escutando eu e Rhysand. Que o mesmo suspirou e me olhou decepcionado.

— Voltou a falar com eles? — me perguntou e eu assenti, sem hesitar. — Feyre–

— São os meus amigos, Rhysand. Eles me acolheram, me fizeram entender o que é ser livre e nunca mentiram ou me esconderam de algo. — rebati, e pude ver Nesta e Elain arregalar os olhos.

Rhys franziu a testa. — Você é livre com a gente, nunca te impedimos de fazer nada, ou te trancamos dentro de casa. E nunca mentimos para você.

— Se eu sou tão livre assim, por que está me impedindo de ser amiga deles então? — falei e pude escutar alguém engasgando audivelmente, mas eu não sabia dizer quem.

Rhys pareceu surpreso antes de balançar a cabeça, tentando acabar com a nossa discussão. — Deixa para lá, agora não é hora de–

— Não. — o interrompi. — Eu já queria ter falado isso antes, mas acho que agora é a melhor hora. Rhys, você é um bom pai para os meninos, um bom amigo mas não é um bom Grão-Senhor e agora, vejo que não é totalmente um bom parceiro para mim.

— Acho melhor a gente esperar vocês na sala... — disse Cassian, ansioso. Todos começaram a sair da sala de jantar, mas eu balancei a cabeça.

— Ninguém sai. — ordenei e todos voltaram. — Nyx, pegue seu irmão e a sua prima, vão para a sala. Agora é a hora dos adultos conversar.

A Court of Lies and Cruel TruthsOnde histórias criam vida. Descubra agora