I. Feyre

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O sino da porta da galeria tocou, me fazendo despertar do meu transe hipnótico que eu estava enquanto pintava o quadro

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O sino da porta da galeria tocou, me fazendo despertar do meu transe hipnótico que eu estava enquanto pintava o quadro.

Me inclinei para trás, olhando para o quadro com atenção, reparando que faltava bem pouco para estar finalizado por completo. Só precisava de mais alguns pequenos detalhes, como sombras ou iluminação. Relutantemente deixei o pincel no suporte e me levantei, indo para a parte da frente da galeria.

De costas para mim, estava ela. Fiquei surpresa comigo mesma por reconhecer ela ainda de costas mesmo que só tivesse visto ela aquela única vez naquele dia. No primeiro dia que nos conhecemos.

Observei suas roupas, não usava vermelho como naquele dia (o que me deu um misto de emoções — surpresa comigo mesma por estar esperando que ela usasse vermelho novamente, talvez eu estivesse muito acostumada como todos da minha família tinham tendência de sempre repetir uma mesma cor, como a Mor; impressionada que a cor rosa caia bem nela também e talvez curiosa, do porque ela estava ali).

Ela se virou, sorrindo para mim enquanto ajustava os óculos redondos no rosto.
— Oi! — cumprimentou-me animada, andando a passos rápidos mas um pouco hesitantes para perto de mim, como se estivesse testando minha reação a proximidade dela.

Erwyna usava uma calça larga azul claro com rosas bordadas ao longo do comprimento; sapatilhas marrom sem salto; uma camisa que ficava na altura dos ombros cor de rosa com mangas bufantes mas nos pulsos tinha um cordão marrom amarrado, deixando as mãos livres completamente; um espartilho marrom escuro, com um pequeno laço na lateral de um marrom mais claro.

— Olá. — cumprimentei timidamente, minhas mãos nervosamente alisando a minha calça.

Estava usando uma calça azul escuro larga como a dela, mas diferente dela, a minha tinha algumas manchas de tintas antigas e novas. Minha camisa preta não tinha mangas, apenas duas alças finas, também tinha algumas manchas de tinta, mas não era tão visível quanto as que tem em minha calça. Meu cabelo estava preso em uma trança mal feita, que eu tinha feito mais cedo quando cheguei aqui para que não ficasse caindo em meu rosto.

Erwyna então me estendeu uma cesta, que eu apenas reparei naquele momento. Olhei para ela confusa antes de estender lentamente minha mão na direção da cesta.

— Eu trouxe alguns assados da minha padaria para você. Achei que seria legal te dar alguns já que você aceitou pintar alguns quadros para mim. — ela murmurou, parecendo envergonhada (suas bochechas tinham um pequeno tom cor de rosa bem discreto).

Sorri mais relaxada e peguei o cesto dela, já sentindo um cheiro delicioso, porém o cheiro ficou ainda mais perceptível quando abri a tampa do cesto e vi os assados — meu estômago roncou alto, me fazendo perceber que já tinham se passado horas que eu tinha parado para comer.

Olhei para ela envergonhada, desta vez, eram as minhas bochechas que estavam rosadas. — Hm, parecem deliciosos... — comentei, tentando disfarçar o barulho do meu estômago.

Ela sorriu largamente — seus caninos aparecendo novamente — e balançou a mão em um gesto tranquilizador.
— Espero que goste. Fico um pouco apreensiva quando vão comer algo meu pela primeira vez. — ela respondeu, entrelaçando as próprias mãos atrás das costas. — Mas caso esteja com medo, não se preocupe, até hoje, que eu saiba é claro, ninguém nunca morreu por causa da minha comida.

Eu inevitavelmente comecei a rir, jogando a minha cabeça para trás suavemente enquanto ria. Olhei para ela com um sorriso divertido no rosto, vendo como ela sorria e tinha um brilho no olhar. — Bom saber. Fico menos preocupada agora. —  falei, entrando na onda dela.

Guardei meus materiais e peguei a cesta de assados, saindo da galeria e depois de trancar a porta, comecei a andar pelas ruas de Velaris com calma para a minha casa, comendo um dos assados que ela tinha me trazido — que é delicioso por sinal

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Guardei meus materiais e peguei a cesta de assados, saindo da galeria e depois de trancar a porta, comecei a andar pelas ruas de Velaris com calma para a minha casa, comendo um dos assados que ela tinha me trazido — que é delicioso por sinal.

Andava sem pressa para casa. Estava um dia perfeito praticamente, estava escurecendo mas ainda tinha os vestígios do Sol, que esquentava a gente mas tinha aquele vento frio que ajudava a refrescar.

Chegando em casa, sorri automaticamente quando escutei a voz alta do Nyx falando e os balbucios de Zyon junto. Tirei meus sapatos e olhei para cima, vendo Rhysand carregando Zyon e Nyx correndo em minha direção com um sorriso enorme.

— Mamãe! — berrou ele, abraçando-me e escondendo seu rosto na minha camisa. Eu ri e beijei os cabelos de Nyx.

— Oi meu príncipe. — cumprimentei, e depois inclinei para beijar a bochecha de Zyon, que estendeu os bracinhos em minha direção e pulava nos braços de Rhysand ansioso. — Olá para você também, meu principezinho impaciente. — murmurei contra a bochecha dele, sorrindo com a risada dele.

Olhei para Rhysand, que estava com um beicinho enorme. Eu beijei ele rapidamente, não querendo demorar muito ali com os meninos por perto.

Senti as garras mentais de meu parceiro em minha mente, deixei-o entrar enquanto levava eles para a cozinha e deixando a cesta na mesa.

Achei que nunca ia me cumprimentar.” Rhysand ronronou em minha mente. Eu olhei para ele com um sorriso envergonhado.

Estava tentando acalmar os mais impacientes da casa primeiro.” respondi a ele mentalmente, pegando Zyon dos braços dele e enchendo as bochechas gordinhas dele de beijos. Rhysand acenou e saiu da minha mente, indo verificar junto de Nyx o que tinha na cesta.

— O que são, mãe? — Nyx perguntou, apoiado na mesa enquanto ficava na ponta dos pés, olhando para dentro da cesta.

— Ganhei alguns assados de uma cliente, são deliciosos. Trouxe para vocês experimentarem. — falei com o meu segundo filho apoiando uma mão na minha bochecha e outra no meu braço, olhando curioso para a cesta também. Rhysand sorriu animado e beijou minha bochecha antes de ir pegar alguns para ele e para o Nyx.

— Zyon ainda não tomou banho agora à noite. — meu esposo disse, enquanto estendia um prato para o nosso primogênito. Assenti e murmurei que ia subir com Zyon antes de ir comer com os dois.

Depois de dar um banho, vestir o meu caçula e fazer ele dormir, voltei para sala. Nyx lia um livro deitado no sofá enquanto Rhys bebia um vinho e lia algumas cartas. Andei ansiosa até a cesta, mas vendo como já estava vazia.

Fiz um beicinho e voltei para a sala, sentando no colo do meu esposo. — O que foi?

Ele sussurrou em meu ouvido, bebendo logo em seguida.

— Comeram tudo e não deixaram um para mim. — murmurei contra a camisa dele, sentindo ele rir baixinho contra os meus cabelos.

— Desculpe, não conseguimos evitar. —  ele respondeu de volta em sussurro. Suspirei e fechei meus olhos, lembrando das palavras de Erwyna.

Quando levar os meus quadros para mim, te darei o que quiser da minha padaria. Por conta da casa, é claro.

Sorri, contente com a promessa dela. — Tudo bem, eu já tinha comido um antes. — sussurrei de volta, ficando em silêncio novamente e ansiando pelo dia que eu fosse levar os quadros para ela.

A Court of Lies and Cruel TruthsOnde histórias criam vida. Descubra agora