XXIV. Feyre

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Eu sorri suavemente, vendo Nyx brincando no jardim com Cassian, Azriel e Rhys.

Eu voltei a olhar para as demais fêmeas na sala, Nesta estava sentada em uma poltrona, lendo um livro, uma mão na barriga, acariciando inconscientemente.

Fazia algumas semanas que havia descoberto a gravidez e desde então, Cassian estava nas nuvens, sempre com a mão na barriga dela.

Olhei para Gwyn que conversava com Mor animadamente. Azriel e ela haviam assumido o laço de parceria um mês antes — e eles ficaram um mês fora, “curtindo” um ao outro durante um mês.

E agora, é claro que Morrigan estava perguntando sobre todos os detalhes de como é a envergadura de Azriel e como ele é na cama. Amren estava com Varian na Corte Estival — disse que não aguentava mais ver os nossos rostos e que queria um tempo longe de todos nós, mas no fundo, a gente sabia que ela apenas sentia saudades do namorado e que queria passar um tempo aproveitando ele.

Elain e Lucien estavam sentados no chão, brincando com Zyon enquanto conversavam baixinho entre si.

Eu lembrei de como Elain andava grudada agora com Wyna e Nita e senti uma pontada de ciúmes. Não sabia dizer de quem exatamente.

Eu andei até eles e me sentei ao lado da minha irmã mais velha, vendo como os dois ficaram quietos na minha presença.

— Como andam as coisas na Corte Diurna? — perguntei, fingindo não ter percebido a mudança em seus comportamentos quando eu me sentei.

Lucien sorriu suavemente, enquanto Elain brincava de montar com Zyon. — Estão indo bem, graças a Mãe. Elain tem me ajudado bastante com algumas tarefas que tenho.

Ela olhou para o parceiro, corando e sorrindo com o elogio. — Gosto de te ajudar, e passamos um tempo juntos também. — disse, e ele assentiu.

— E tem gostado de morar lá, El? — perguntei a ela, dando algumas peças para Zyon que me pedia.

Ela me olhou, assentindo e então voltou a olhar para o meu filho. — Sim, sou muito bem tratada lá pelo Helion e os amigos dele. — ela disse, e então me olhou. — Além que Helion tem deixado eu e Lucien passando um bom tempo a sós, as vezes nem parece que moramos na mesma casa, não é Luci?

Ele assentiu. — Sim, Helion costuma ficar mais na biblioteca dele quando está trabalhando ou está sempre saindo para alguma festa ou algo assim, sabe? E às vezes, ele fica dormindo na casa da minha mãe por alguns dias.

— Casa da sua mãe? Ela não mora com Eris? — perguntei, evitando de dizef o nome de Erwyna. Tanto Lucien quanto minha irmã negaram.

— Eris e Wyna sugeriram para ela morar com eles mas ela se recusou, dizendo que era para eles aproveitar a casa apenas os dois. — Lucien começou, me olhando.  — E então Eris comprou uma casa menor para ela que fica perto deles mas ainda tem uma privacidade, tanto para ela quanto para eles.

Eu assenti e Elain olhou para o ruivo, sorrindo. — Sem falar que ela tem viajado também, não é?

Ele assentiu, rindo baixinho. — Sim, depois que começou a morar sozinha, ela fez amizades com algumas fêmeas viúvas e elas decidiram fazer algumas viagens pelas Cortes e às vezes, Helion se junta a elas.

Eu sorri, vendo meu caçula rir sozinho.
— Que bom para ela. Ela merece. — e eles concordaram comigo, logo o meu parceiro, Nyx, Cassian e Azriel entraram, suados e ofegantes.

Cassian abraçou minha irmã enquanto beijava o rosto dela, mesmo que ela batesse no braço dele dizendo para ir tomar banho porque estava fedendo. Azriel deu um rápido beijo na Gwyn antes de sumir através de suas sombras. Rhys piscou para mim enquanto carregava Nyx nos braços, os dois indo para o andar de cima, para tomar um banho provavelmente.

Eu sorri enquanto observava a minha família, meu coração finalmente em paz. Senti um olhar em mim, e quando me virei, vi Elain olhando para mim, com a testa franzida mas assim que despertou dos seus pensamentos, balançou a cabeça e segurou a mão de Lucien.

Ambos se levantaram e se despediram de todos antes de atravessar para a casa deles, me deixando confusa com o olhar de Elain.

— E eu não sei, Rhys, eu achei bem estranho

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— E eu não sei, Rhys, eu achei bem estranho. — falei, me sentando na cama enquanto Rhys escovava os dentes.

— E qual é o problema? — ele falou do banheiro, me fazendo revirar os olhos.

— Eu só estou falando, Rhys. — eu falei, olhando ele sair do banheiro e caminhando na direção da cama, com um sorriso malicioso.

— Deixa ela, querida. Vamos aproveitar que os meninos estão dormindo... — ele ronronou, beijando o meu pescoço enquanto suas mãos seguravam a minha cintura.

— Será que ela sabe de algo que eu não sei? — falei, olhando para o teto enquanto minha respiração ficava desregulada com os toques dele.

Rhys parou, e ficou parado com a cabeça no meu pescoço por alguns segundos antes de me olhar. — O que você disse?

— Se ela sabe de algo que eu não sei. — eu murmurei, confusa. — Como ela é próxima de Erwyna, talvez elas tenham comentado algo e Elain estava pensando se me contava ou não.

Rhys parecia ansioso ou irritado, eu não soube dizer. Mas ele suspirou e balançou a cabeça, beijando minha bochecha. — Creio eu que não. Às vezes ela só se distraiu com os pensamentos e sem querer olhou para você.

Eu refleti por alguns segundos e dei de ombros, fazia sentido a fala de Rhys. Às vezes acontecia focar em um ponto aleatório e sem querer ser em alguém.

— Faz sentido. — eu disse, beijando a bochecha dele enquanto enroscava as minhas mãos no cabelo escuro dele, puxando ele para mais perto de mim.

— Querida? — ele disse, me interrompendo antes que eu pudesse beijar ele. O olhar dele parecia longe e os cantos da sua boca estavam para baixo.

— Algum problema? — perguntei baixinho, olhando preocupada para ele.

Ele me olhou, seriamente. — Você nunca vai me deixar, não é? — me perguntou, me fazendo sentir meu coração pular uma batida de ansiedade. Pisquei confusa, segurando o rosto dele.

— Do que está falando, Rhys?

— Só me responda, você não vai me deixar nunca, não é? — ele repetiu, parecia irritado com a minha demora.

E ali, algo dentro de mim estava gritando, berrando eu diria. Como se talvez eu me arrependesse dependendo da minha resposta.

Mas ao mesmo tempo, era sobre o Rhysand. Meu parceiro, meu igual, o pai de meus filhos, meu salvador.

Por que eu deveria sentir medo dele ou da pergunta dele?

Ele não é como Tamlin. Ele nunca me machucaria.

— Não, Rhys. Fizemos uma barganha, lembra? Se um morrer, o outro iria junto.  — respondi ele e ele balançou a cabeça, parecendo levemente decepcionado.

— Estou me referindo agora, em vida. — murmurou e eu suspirei.

— Nem agora em vida, nem depois da nossa morte. — falei, e ele sorriu, claramente aliviado.

Ele voltou a beijar meu pescoço enquanto eu fechava os meus olhos, minhas mãos no cabelo dele. Mas meus pensamentos ainda sobre a pergunta dele e como era estranha e repentina.

E por mais que eu odiasse admitir isso, Erwyna estava certa. Eu nunca conheceria totalmente Rhysand e talvez fosse esse detalhe, que me deixava levemente assustada.

A Court of Lies and Cruel TruthsOnde histórias criam vida. Descubra agora