Capítulo 42 - Lágrimas Negras

13 2 0
                                    

Alguns Meses Atrás

Gyeongju, Coreia do Sul

Durante Uma Tranquila Tarde

Em uma casa humilde e simples da cidade de Gyeongju, em um dos bairros mais distantes do centro, era possível avistar pessoas caminhando calmamente na rua próxima à casa da jovem Nabi Yu.

A casa era uma construção modesta, com algumas plantas na frente e uma pequena horta, embora algumas partes estivessem sem reboco. Dentro da casa, um jovem de 17 anos, Adrian Ethan, caminhava, pegando a comida do fogo e colocando as sobras sobre a mesa, protegendo-as com um pano contra o calor.

Adrian não era um parente da família de Nabi Yu, mas tornara-se quase um irmão mais velho para ela no último ano. Isso porque, no mesmo dia em que completava um ano do falecimento da mãe de Nabi Yu, a senhorita Yuna, esta pediu a Adrian que cuidasse gentilmente de sua filha.

Nabi Yu já estava sentada à mesa, sorrindo ao perceber que a comida era sua favorita, mesmo não havendo o suficiente para se servir mais de uma vez. Sentia-se feliz por ter o bastante para ela e para Adrian.

Enquanto Adrian observava Nabi Yu servir-se da panela, colocando um pouco em seu prato, ela sorriu, comentando o quanto gostava da comida dele. Naquele momento, sem perceber, chamou Adrian de "irmão mais velho" pela primeira vez, espontaneamente, enquanto o observava feliz.

Adrian não tinha experiência como irmão mais velho, pois ele era filho único. Ele sabia que seu esforço valeu a pena nos últimos meses, para que conseguisse cuidar da jovem Nabi Yu, que havia completado menos de uma semana atrás seus 14 anos de idade.

Naquele dia, atual para Adrian, ele sentia muita dor em seu peito ao lembrar que, há exatamente um ano, a jovem Nabi Yu tinha uma mãe tão carinhosa ao seu lado e que, diante do momento final, viu nele algo que o próprio Adrian não conseguiu entender até aquele exato dia.

Ele visualizava as cores do mundo parecendo mais saturadas, a visão tão bela da jovem Nabi Yu comendo com tanta felicidade a comida em seu prato, acabando até mesmo sujando levemente sua boca, fazendo-o sorrir de maneira genuína e, ao mesmo tempo, sem perceber, chorar.

Adrian no atual presente, sentia aquela sensação tão única que havia sentido de Yuna por sua filha, que ele estava a sentir naquele momento tão simples mais especial com a jovem Yuna naquele momento.

Era algo que o fazia sorrir e dar risada de maneira feliz, tentando limpar as lágrimas que caíam de seus olhos naquele momento, sem que a jovem Nabi Yu percebesse enquanto comia. Adrian fechou os olhos e retornou ao passado.

Relembrando que no mesmo lugar onde a senhorita Yuna foi levada após ser sequestrada, era um armazém onde era feita a triagem de pessoas que não eram humanas, e sim pessoas idênticas visualmente a um humano comum, mas que eram Oculi em seu interior.

Sendo a parte mais irônica desse fato que as pessoas que estavam a traficar essas pessoas Oculi que desejavam somente viver entre os humanos sem se envolverem entre os conflitos entre as duas facções mais influentes entre os Oculi.

Eram esses traficantes de pessoas nada menos do que os próprios Oculi que faziam parte da facção a seguir os gêmeos Begeneri. Esses traficantes de Oculi gostavam daquele serviço por causa dos benefícios que recebiam ao sequestrar pessoas alvo da facção inanis ou aquelas que pareciam valer muito no mercado negro por terem ligação com uma das 10 famílias nobres dos Oculi.

Um Ano Atrás

Dongcheon-dong, Coreia do Sul

Sagittarius - Destinos EntrelaçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora