Já tinha se passado quase um mês desde que voltamos. Eu arrumei um emprego num boteco pra ajudar minha família. Que decadência, sai de uma modelo e fui pra garçonete de boteco. Mas isso é só temporário até eu pegar um emprego aqui. Eu ganhei bastante lá mas não é o suficiente para me manter.
Eu estava limpando o balcão até que Samuel e Sérgio chegam.
— Oii Nathi — Diz Samuel se encostando no balcão.
— Que horas ce sai? — Sérgio fala também se encostando.
— Ih, hoje vou fazer hora extra. — falo ainda passando o pano, sem olhar para eles.
— De novo? — Sérgio suspira — isso é trabalho escravo viu
— Ce nem viu o pior fi, aguento isso e tudo mais por menos de um salário mínimo. Ainda tenho que ouvir desaforo de velho bebado
— Eai gente, doque ces tão falando — Bento diz se sentando no banco alto ao lado deles.
— Do trabalho escravo da Nathalia — Samuel fala
— Não exagera — falei rindo.
— Que decadência, de modelo a garçonete de boteco — Bento diz rindo da minha desgraça
— Penso a mesma coisa — suspiro — tem um velho me chamando lá, já volto — eu Bento não estamos de bem ainda, mas decidimos nos aturar. E ele ainda tá saindo com a piriguete da Ísis.
— Boa noite senhor — Falo em frente a mesa com um bloquinho em mãos.
— boa noite gracinha — olho para o mesmo e franzo o cenho estranhado a fala desse veio capenga.
— Sou gracinha não senhor. — falo normalmente — oque vai querer?
— Pode trazer a cachaça mais barata ae — o veio diz.
— Tá bom. — saio dali e vou até o balcão — tô fazendo 50 serviço por um salário mínimo, eu limpo, sirvo, anoto pedido, parece que só tem eu aqui, credo
— Ué, por que? E aquela guria sentada ali — Samuel pergunta.
— Aquela ali? — dou uma risadinha pegando dois copos — É a Aline, namorada do dono do boteco que tá sentado ali ó — aponto pro dono que estava sentado bebendo — não faz porra nenhuma, fica só sentada ali — pego a cachaça mais barata e levo até a mesa do coroca com os copos. — aí acaba que só eu faço o trabalho.
— Ai credo, por que você não se demite? — Sérgio fala.
— Eu vou tirar dinheiro do cu né? Porque oque eu ganhei não dá pra me sustentar e ajudar minha família. E isso é temporário. — digo fazendo um drink
— Pô por que o Bento não pede um emprego pra você na pastelaria da mãe dele? Não é bentola? — Samuel sugere. Pode até ser um inferno trabalhar nesse boteco, mas eu não ia ferir meu orgulho trabalhando pra mãe do bento, ne?
— Nem sei se tem vaga lá, e eu acho que a Nathi não iria querer.
— Nem a pau — falo terminando o drink e levando até a mesa. — prefiro trabalhar aqui o resto da vida doque com esse aí. — disse voltando com quatro copos sujos. Claro que eu estava mentindo, mas jok orgulho intacto é mais importante
— Tá, mas que horas ce sai? A gente queria jantar num bar hoje e... — não deixo Samuel completar.
— Primeiro: não cago dinheiro, segundo: não aguento mais ver bar na minha frente. O máximo de o tempo que eu poder ficar longe de qualquer bar e boteco, eu vou ficar. Não é melhor fazer uma coisa mais em conta que não envolva bar?
— Se os guri quiserem, vamos lá em casa jantar — Sérgio diz.
— Por mim beleza. — o Bento falou
— Sei não, tô morta. Pra falar a verdade tô afim de deitar na minha cama e roncar até não dar mais.
— Vai nathizinhaaaaa — Samu insiste
— Tá, tá bom bora. Saio as 22.
— Vamo esperar então, falta só 1 hora, traz uma coca pra gente Nathi — Bento diz.
— Filha da puta vocês né, vão beber coca enquanto eu trabalho — abro a geladeira e pego a coca, colocando no balcão com 3 copos. — peraí vou atender aquele veio.
Terminei meu turno e fui tirar meu uniforme.
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Socorro demorei mas voltei, minha criatividade evaporou veye😭 não é nem a criatividade e sim a preguiça mesmo
