Algumas semanas já haviam se passado, e Sofia vinha cada vez se aproximando mais e mais dos garotos. Miguel era com quem ela mais construiu afinidade, ele era sempre muito legal e prestativo com ela, era seu preferido, mas ela nunca admitiria isso em voz alta, para não deixá-lo convencido. Também tinha Demetri, que depois que os dois pegaram o mínimo de intimidade, começaram a implicar sem parar um com o outro. E tinha Eli, que havia conseguido se soltar um pouco e feito amizade com a garota. Sofia o achava adorável, fazia questão de sempre falar bem de sua cicatriz, e ficar por perto para defende-lô de qualquer um que pudesse ousar falar qualquer coisa ruim para ele.
— Cyberbullying não é engraçado. Enviar uma mensagem cruel para alguém pode ser tão prejudicial quanto falar na cara da pessoa. Eu não vou citar nomes, mas outro dia eu recebi uma ligação de uma mãe reclamando que o filho estava chorando porque alguns alunos tiraram sarro da deformidade facial dele. — na hora do almoço, a conselheira Blatt começou a fazer um discurso sobre bullying para os alunos.
Mesmo não citando nomes, todos sabiam de quem ela estava falando, o que fez todos olharem para a mesa do quarteto e começarem a cochichar, deixando Eli extremamente constrangido e levando a mão para sua boca, escondendo sua cicatriz.
— Sério? Esse discurso era para ajudar em algo? Porque tudo o que ela conseguiu fazer foi deixar o Eli ainda mais desconfortável. E deformidade? Para uma educadora ela foi tão insensível falando dessa forma. — a loira disse incrédula.
— Tá tudo bem, eu já tô acostumado. — deu de ombros, tentando tranquiliza-la.
— Isso é pior ainda. — negou com a cabeça. — Não precisa esconder ela, tá bom? Não tem nada de errado com sua cicatriz. — ela tocou sua mão com cuidado, a tirando do rosto do garoto. — Não olha pra nenhum deles, são idiotas, olha só pra gente.
Eli tirou sua mão do rosto e focou seu olhar nos amigos, como a garota havia dito. Mesmo ainda triste e constrangido pelo o que estava acontecendo, Sofia conseguia fazê-lo ficar um pouco mais confortável com poucas palavras.
— Obrigada, Sof. — deu um leve sorriso.
— Sempre que precisar. — deu uma piscada.
— Se estiverem cansados disso, o meu dojô tá recrutando alunos. — Miguel se pronunciou pela primeira vez. Ele havia começado a fazer aulas de karatê a algum tempo, e em qualquer oportunidade que tinha, ele tentava convencer os amigos de irem com ele.
— Você ouviu isso, Eli? É só treinar um pouco de karatê e você sai batendo em todo mundo. — Demetri debochou, gesticulando alguns golpes com as mãos.
— É, não acho que karatê seja muito a nossa praia. — Eli apoiou o amigo.
— Ah, qual é? Meu pai é faixa preta no karatê e me ensinou um pouco quando eu era criança, é bem legal na verdade. — Sofia ficou do lado de Miguel. — Seria bom pra vocês pelo menos aprenderem a se defender do bullying quando eu não estiver por perto. Eu ia adorar voltar a treinar, até iria nesse novo dojô com você se a cafeteria não ocupasse todo meu tempo. — Sofia lamentou e o latino assentiu desapontado, sabia que a vida da amiga se resumia a escola e trabalho.
— Por mais tentador que isso seja, acho que nós preferimos passar a tarde no computador do que pagar para apanhar. — o de cabelos pretos continuou. — Não é, Eli?
— É-é, mas também seria bom fazer alguma atividade diferente, só pra variar um pouco, e como a Sofia disse, a gente podia se defender — respondeu nervoso, o que fez o amigo o olhar indignado com a rápida mudança de opinião.
Miguel sorriu discretamente, notando o que estava acontecendo. Fazendo uma nota mental para falar com Demetri sobre o que eles poderiam fazer para dar um leve empurrãozinho nos amigos
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changes | eli moskowitz
FanfictionOnde Sofia está cansada de viver com uma mãe negligente, e vê uma oportunidade de sair dessa situação quando seu pai, Johnny Lawrence, decide reabrir o antigo dojô de sua adolescência, o Cobra Kai.