forty three.

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Sofia passava mais uma camada de seu gloss de morango em frente ao espelho, com a jaqueta pendurada sobre a cadeira. Seus olhos vasculhavam o reflexo, tentando decidir se aquela camiseta de banda e jeans claros eram casuais demais ou simplesmente perfeitos. Ela balançou a cabeça, exalando alívio.

— É só o Miguel. — lembrou para si mesma, dando de ombros.

Iriam sair juntos, depois do garoto mandar mensagem não convidando, mas avisando que os dois iriam sair hoje a noite, mas sem contar aonde iriam, era uma surpresa. Se Miguel não fosse como um irmão para ela, ela poderia jurar que era um encontro.

No momento em que se virou para pegar a jaqueta, ouviu passos atrás dela. Seu pai estava parado na porta, arrumando o colarinho da camisa. Johnny Lawrence não era exatamente conhecido por seus esforços em se vestir bem, então aquilo chamou atenção.

— Tá todo elegante hein, velho, pra onde você vai? — ela perguntou, franzindo a testa, mas com um sorriso de canto.

— Vou sair com a Ally. — Johnny respondeu como se fosse algo normal do dia a dia, mas Sofia percebeu o pequeno sorriso que ele tentava esconder.

— Ally? Aquela Ally? — ela perguntou, cruzando os braços.

Ally foi a primeira namorada de Johnny, seu primeiro amor na adolescência. Ele vinha a meses conversando com ela nas redes sociais e postamdo fotos que pudessem impressiona-lá.

— Sim, e daí? A gente é amigo. — ele deu de ombros, fingindo desinteresse.

— Claro que é. E por isso tá usando essa camisa, que claramente roubou do guarda-roupa de outra pessoa.

Johnny bufou, ajustando a camisa novamente.

— Somos apenas dois amigos que já namoraram no ensino médio, se encontraram depois de anos, saíram para um café, e agora vão a uma festa juntos.

— Entendi, só não faz nada estúpido, tá bom? — ela avisou, rindo. — Não volte com nenhum outro irmão para mim, o bostinha que eu tenho já está de bom tamanho. — ela segurou o riso quando viu o olhar de repreensão do pai ao xingar o irmão.

— Eu sou o adulto aqui. — lembrou. — Eu que deveria falar isso pra você, não quero nenhum filhote de passarinho me chamando de vovô tão cedo.

Sofia abriu a boca para responder, mas a campainha tocou. Ela revirou os olhos, pegou a jaqueta e andou de seu quarto até a porta.

— Oi. — Miguel estava na porta com o sorriso de sempre. — Tá bonita.

— Você também tá legal. — Sofia respondeu, tentando parecer indiferente. — Vamos?

— Pra onde vão? — Johnny perguntou, aparecendo atrás dela. — Tá rolando alguma balada hoje a noite?

— Não, nenhuma balada, sensei. — Miguel respondeu rapidamente, rindo do pensamento do mais velho. — Vamos na casa de uma amiga.

— Vocês são os jovens mais sem graças que eu já vi. — Johnny resmungou antes de pegar as chaves e sair. — Enfim, só voltem inteiros, e Miguel, cuida da minha filha.

— Pode deixar, sensei. — prometeu. — Vamos, Sof?

— Vamos, Miguelito.

Os dois andavam pelas ruas de West Valley até chegar em Enccino, era um tanto quanto longe, mas estavam acostumados a isso, já que eram um dos únicos da escola que não tinham um carro.

— Onde estamos?  — ela perguntou, franzindo a testa ao chegarem em uma casa.— Vamos vandalizar a casa de quem?

— Não vamos vandalizar nada. — Miguel fechou os olhos junto de uma risada, Sofia as vezes era maluca. — Você já vai entender.

changes | eli moskowitzOnde histórias criam vida. Descubra agora