fifty three.

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Na manhã seguinte, Sofia desceu do Uber ainda pensando na última troca de olhares com Eli antes de sair de sua casa naquela manhã. Embora quisesse passar o resto do dia ao lado dele, sabia que Johnny provavelmente estava preocupado, se perguntando onde ela havia passado a noite. Ele devia ter uma ideia, mas Sofia sabia que deixar as coisas subentendidas nem sempre era a melhor escolha quando se tratava do pai. Só que, ao pisar na calçada de sua casa, a preocupação com Johnny foi imediatamente substituída por outra, Robby estava lá, esperando por ela, com os braços cruzados e um olhar que ela reconheceu instantaneamente. Era o mesmo olhar que ele usava antes de uma briga, só que desta vez, a briga era com ela. Sofia sabia que aquilo seria uma discussão, mas a questão era, ela realmente se importava com o que ele tinha a dizer?

— Então, é isso? É assim que vai ser agora? — começou ele, a voz carregada de ironia e raiva. — Você invade o meu quarto, destrói as minhas coisas e depois age como se nada tivesse acontecido?

— Você está exagerando, Robby — disse ela, em um tom que beirava o desdém. — Não foi nada que você não merecesse. — ela sorriu, cruzando os braços.

— Nada que eu não merecesse? — ele riu sem humor, balançando a cabeça. — Você destruiu meu quarto, queimou as minhas roupas, Sofia. E as fotos? Sério? Você sabe o quanto aquelas fotos era importantes, você sabia o quanto elas significavam pra mim e mesmo assim queimou tudo!

— Oh, sério?!— a loira respondeu, fingindo um tom dramático. — Eu rasguei alguns lençóis e queimei algumas fotinhos, que tragédia. — colocou a mão no peito, fingindo surpresa.

— Não é só sobre as coisas, Sofia! — Robby deu mais um passo à frente, agora mais próximo dela, o rosto cheio de fúria e frustração. — É consideração! Eu errei com você, eu admito isso, mas o que você fez foi cruel. Você era diferente disso, ou pelo menos eu achava que era.

— Você tá brincando? — o sorriso de Sofia sumiu, e ela o encarou com olhos frios. — Logo você querendo falar de consideração? Que piada. — riu fraco, sem humor. — Você devia me conhecer o bastante pra saber que eu não deixaria pra lá quando você tocasse mais uma vez em alguém que importa pra mim. E não me venha com esse papo de "consideração", você perdeu o direito de esperar isso de mim no momento em que escolheu virar outra pessoa.

— Eu admito que errei algumas vezes, tá legal? Eu admito isso. — Robby ficou em silêncio por um momento, o olhar dele vacilando por um segundo antes de recuperar a compostura. — Mas você? Você prefere agir como uma... — ele hesitou, como se a palavra certa lhe escapasse.

— Uma o quê? Vamos, Robby, fala. — Sofia deu um passo à frente, invadindo o espaço dele. — Eu agi como uma o quê? — O tom dela era desafiador, quase perigoso.

— Como uma criança mimada! — ele finalmente soltou, a voz mais alta agora. — Você acha que só porque está magoada tem o direito de machucar os outros. Mas isso não resolve nada, Sofia, isso não te faz a vítima da história.

— Vítima? Eu nunca tentei ser a vítima aqui, quem tá fazendo isso aqui é você. — acusou, a voz carregada de amargura. — Você não precisa vir até aqui e me falar que eu passei dos limites, que eu fui uma completa escrota, acredite em mim, eu sei bem o que eu fiz, mas eu não me importo nenhum pouco, eu fiz uma vez e faria de novo se precisasse. — ela riu, uma risada curta e carregada de sarcasmo, e deu de ombros.

— Aquelas fotos eram mais importantes pra mim do que qualquer coisa que tenha a ver com o moicano ridículo do seu namorado! — ele gritou, perdendo completamente a paciência.

— Você acha que isso é só por causa do Eli? — ela congelou por um momento, mas logo deu um passo à frente, encurtando a distância entre eles. Seu tom de voz agora era frio e firme.

changes | eli moskowitzOnde histórias criam vida. Descubra agora