thirty nine.

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Johnny parecia finalmente ter acordado pra vida. Havia decidido voltar às suas atividades de sensei e abrir um dojô novo, tal dojô esse que não tinha nome, não tinha lugar e muito menos mais de dez alunos, mas se ele havia conseguido uma vez, conseguiria de novo. Ele havia ido até a escola recrutar alguns alunos, os mandando aparecerem no parque central naquela tarde, e assim alguns fizeram.

— Acha que os outros vão aparecer? — Miguel perguntou baixinho para a amiga, enquanto os dois se alongavam.

— Sinceramente, não. — foi sincera. — Só os renegados do Cobra Kai estão aqui, nós dois somos os únicos bons de verdade nesse lugar.

— Não foram eles que foram escrotos com você quando você saiu de lá? — perguntou lembrando das vezes que a garota falava sobre isso.

— Alguns deles sim, principalmente o Mitch. — deu de ombros. — Agora vieram pra cá com o rabinho entre as pernas porquê foram expulsos, acho graça.

— Beleza, vamos começar, quero todos aqui. — o sensei os chamou, e todos formaram fileiras em frente a ele. — Esse é o primeiro dia, já passamos por isso, tentaram nos derrubar e não funcionou, estamos aqui ainda. Disseram que precisamos de quatro paredes, que se danem! Esse parque é o nosso dojô, não precisa de um dojô para ser um dojô, vocês entenderam?

— Sim, sensei. — todos gritaram em uníssono.

— Eu comecei o Cobra Kai com um nerd, e agora temos vários nerds e minha filha, então já é um avanço. — Sofia jogou o cabelo para trás, levando como um elogio. — Se queremos ser levados a sério, precisamos de um nome, que imponha respeito, que mostre poder, domínio. As cobras são fortes, mas existe um animal que é capaz de matar uma cobra.

— Um suricato? — Bert sugeriu.

— Um animal que exista de verdade, Bert. — Johnny respondeu, fazendo Miguel e Sofia se entreolharem, mas a garota fez um sinal com a mão dizendo pra deixar pra lá. — Bem vindos ao karatê Presas de Águia. — o mais velho pegou umas das camisetas que havia trazido na caixa, mostrando a logo no novo dojô.

— Águias não tem presas. — foi Mitch que tentou argumentar, fazendo o sensei jogar a camiseta com força na cara dele para calar sua boca.

— Podem colocar. — distribuiu as camisetas para todos ali. — Muito bem, em formação!

— Sensei, olha. — Miguel apontou com a cabeça para Falcão chegando com dois outros colegas do Cobra Kai, deixando todos ali surpresos.

— Falcão voltou a ser gente? — o latino riu do comentário da amiga.

— Eles me ouviram. — Johnny sorriu. — Beleza pessoal, acho que temos mais alunos, abram espaço.

O sorriso que Sofia tinha no rosto sumiu assim que ela viu todo o resto dos alunos aparecerem e se posicionarem a frente deles, entendeu que eles não estavam ali para se juntar a eles, mas sim para provocá-los. Seu sangue ferveu quando Kreese apareceu por último, com um sorriso debochado no rosto.

— Mas que merda? — Sofia foi em direção dos antigos colegas, pronta para dar uma surra em qualquer um ali, se não fosse por Miguel tê-la segurado. — Me solta!

— Não vale a pena, Sof. — o melhor amigo disse com a garota nos braços.

— Relaxa, Sofia. — o mais velho deu um passo a frente, retirando seus óculos escuros. — Não vim aqui pra brigar.

— Então por que está aqui? — foi Johnny que perguntou.

— Eu vim fazer uma proposta, pra você e a Sofia voltarem para o Cobra Kai, onde é o lugar de vocês dois, é onde vocês pertencem.

changes | eli moskowitzOnde histórias criam vida. Descubra agora