fifty six.

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( maratona 1/5 )

Johnny parou em frente à casa dos Diaz, ajustando a postura enquanto esperava. Ao seu lado, um pouco mais atrás, Sofia o acompanhava, caminhando com sua bolsa em um de seus ombros, os dois estavam ali para buscar Miguel antes de seguirem para o treino das Presas de Águia naquela tarde. O sol batia forte, fazendo com que Johnny semicerrasse os olhos impaciente, enquanto Sofia apenas observava a porta da casa, já acostumada com a rotina de esperar Miguel sair.

— Bom dia, Johnny, Sof. — cumprimentou ela, dando espaço para eles entrarem. — Seu aluno tá pronto pra um treino intensivo.

— É mesmo? É o que vamos ver. — ele sorriu com a determinação de seu aluno. — Podemos ir?

— Espera aí. — respondeu calmamente. — Só preciso pegar minha garrafinha, acho que deixei no carro da minha mãe ontem. Mãe, onde tá a chave?

— No meu quarto, querido. — respondeu Carmen. — Pode ir lá pegar.

— Valeu. Vem comigo, Sof. — Miguel chamou, puxando a mão da amiga pelo corredor.

— Por que eu? Você que esqueceu sua garrafinha! — ela retrucou, mas seguiu o amigo de qualquer jeito, tirando risadas dos adultos.

Ao entrarem no quarto de Carmen, Miguel foi direto até a cômoda e pegou a chave, mas algo sobre a cama chamou sua atenção. Ele franziu o cenho e pegou um objeto que estava sobre os lençóis.

— Uma faixa? — Miguel perguntou, segurando o pano em suas mãos. 

— Não qualquer faixa. — Sofia tomou o pano em suas mãos, reconhecendo imediatamente. — Isso é do meu pai. — os dois se entreolharam, claramente processando a descoberta. — Ok, eles devem ter uma explicação muito boa pra isso, certo? — Sofia disse, mas parecia mais que tentava convencer a si mesma.

— Ah, claro, talvez minha mãe tenha decidido lutar karatê do nada? Ou talvez o Johnny tenha... — ele parou no meio da frase, seus olhos se arregalando ao entender o que aquilo significava. —Sofia cobriu a boca, segurando o riso. — Eu não sei se estou chocado ou se isso é hilário — o garoto admitiu.

— Eu acho que é os dois ao mesmo tempo. — respondeu ainda segurando o riso. — Eles nos devem uma boa explicação. — os dois andaram pelo corredor da casa rapidamente e voltaram para a cozinha, onde Johnny e Carmen conversavam tranquilamente. — Pai, acho que isso é seu.

— Vocês querem nos explicar isso? — Miguel ergueu a faixa, estreitando os olhos.

Johnny e Carmen congelaram. Johnny tossiu, tentando disfarçar o nervosismo, enquanto Carmen abriu e fechou a boca algumas vezes, procurando palavras.

— Isso... bom... — Carmen começou, lançando um olhar para Johnny.

— Não é o que parece! — ele soltou de repente, mas ao ver o olhar dos dois adolescentes, suspirou. — Ok, talvez seja um pouco o que parece.

— Sentem-se, nós podemos explicar. — a mais velha disse, gesticulando para as cadeiras.

Os dois obedeceram, trocando um olhar cúmplice. Johnny e Carmen se entreolharam como se tentassem decidir quem começaria a falar, mas cada vez que um tentava formar uma frase, a explicação se enrolava mais.

— Pode falar. — anunciou para a mulher.

— Fala você. — rebateu, ambos nervosos.

— Alguém tem que falar alguma coisa. — o mais novo cruzou os braços, esperando qualquer resposta deles.

— Então, é que eu tô pegando a sua mãe. — Johnny disse de uma vez, fazendo sua filha segurar o riso pelas palavras usadas, e Carmen lhe lançar um olhar. — Não, não é bem assim. — se corrigiu.

changes | eli moskowitzOnde histórias criam vida. Descubra agora